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Maré negra : natureza agonizante deplora o ataque brutal !

Fim de abril, a plataforma Deepwater Horizon explodia no golfo do México, deixando as autoridades e os engenheiros "sem ação", face a um desafio tecnológico sem precedentes. Mesmo que o vazamento de hidrocarbonetos esteja agora controlado pela colocação de uma "cobertura" que permiti captar uma parte do "derramamento" submarinho, este acidente continuará sem precedentes na história americana. Ainda que as sessões se sucedam no Congresso Americano a fim de avaliar a responsabilidade dos diferentes atores, numerosas questões são levantadas atualmente, especialmente as que dizem respeito às repercussões dessa poluição sobre o equilíbrio dos ecossistemas e da saúde humana. Se efeitos diretos são já observáveis (ligados especialmente à degradação da qualidade do ar), os impactos a longo prazo são, por outro lado, esperados, como testemunham os recentes trabalhos de pesquisa realizados pelo Imperial College London.

Segundo tais trabalhos, publicados em 2 de julho na revista "Water Research", o impacto da maré negra sobre o ambiente será dobrado. O derramamento de hidrocarbonetos terá não apenas como consequência a introdução de quantidades importantes de poluentes no meio marinho, mas terá também como consequência indireta a interrupção dos ciclos naturais de diferentes elementos químicos, dentre eles os metais pesados. Estudando o caso do arsênico, presente naturalmente no ambiente marinho sob forma de traços, os pesquisadores evidenciaram uma ruptura nos processos naturais de trapping [armadilha] desse elemento por meio dos sedimentos oceânicos.





Vazamento de óleo pode aumentar os níveis de arsênico no oceano levando, a longo prazo, a enormes prejuízos para o ecossistema marinho.

Créditos: iStockphoto.



O oceano tem, de fato, um papel regulador na concentração marinha de arsênico, a qual provém da erosão de rochas terrestres que podem conter arsênico assim como rejeitos industriais. Chegando ao oceano, o arsênico reage com os sedimentos do fundo oceânico, os quais "agarram", então, uma parte desse elemento, permitindo assim regular sua concentração marinha. O derramamento de hidrocarbonetos forma uma barreira física entre os sedimentos e o arsênico, a concentração oceânica desse elemento não é então mais controlada e pode apresentar localmente aumentos significativos.

Estudando a interação do arsênico com a goetita, um dos minerais presentes nos sedimentos oceânicos, os pesquisadores testaram sua hipótese de pesquisa sobre diferentes minerais componentes do fundo oceânico, tais como argilas e carbonatos. Os primeiros resultados, entretanto, levantam certo número de questões, apresentando o arsênico graus de toxicidade variados (os quais dependem de seus graus de oxidação e da metilação). Em função de sua espécie química e de sua concentração, o arsênico é, então, susceptível de integrar a cadeia alimentar.

Segundo os pesquisadores, concentrações significativas de arsênico nos ecossistemas marinhos poderiam então não permitir os mecanismos de fotossíntese e aumentar o risco de mutações genéticas para certas espécies aquáticas. O poder bioacumulável desses íons permite, por outro lado, que se pressagiem repercussões a longo prazo sobre a saúde humana, dado o arsênico ir se concentrando ao longo da cadeia alimentar.

Science Daily (Tradução - MIA).


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