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ARTIGOS DE OPINIÃO

Resposta ao desafio de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.


A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Universidade de São Paulo (USP) iniciam um processo de cooperação capaz de mudar de modo definitivo o paradigma de seu relacionamento. O marco dessa mudança é o acordo que firmaram em 17 de outubro, estabelecendo ampla agenda de cooperação.

São contemplados projetos voltados à pequena e microempresa, aprimoramento do estudo periódico da Fiesp sobre o nível de utilização da capacidade instalada, realização de cursos de capacitação empresarial, ações conjuntas para a promoção do empreendedorismo universitário e a criação de novas empresas, extensão tecnológica e inovação e programa de estágios para alunos da universidade em indústrias. É muito importante um aspecto desse acordo: em cada projeto, equipes constituídas por representantes da USP e da Fiesp trabalharão com sinergia e foco único.

Não há dúvida de que a maior aproximação entre instituições de ensino superior e as empresas e entidades de classe do setor produtivo apresenta bons resultados em todo o mundo. Inclusive no Brasil há exemplos do quanto esse processo é positivo. É o caso do Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa (Uniemp), que vem atuando na viabilização de patentes e a absorção de resultados de pesquisas pelas empresas há mais de uma década. Outro exemplo é o convênio entre a Universidade de Campinas (Unicamp) e Petrobras, em vigor desde 1987, quando foi criado o Centro de Estudos do Petróleo (Cepetro), que auxilia no desenvolvimento e aplicação de pesquisas da estatal. Pois bem, desta unidade já saíram 250 mestres e doutores, hoje atuando na Petrobras, e não é coincidência o fato de ambas as organizações ocuparem posições de destaque no ranking nacional de registro de patentes.

O significado de o país avançar na área da inovação, em especial por meio da maior aproximação entre universidades e empresas, evidencia-se de modo muito claro na pauta de exportações. Os itens de média e alta tecnologia, ainda pouco recorrentes, destacam-se sobremaneira sobre os demais em termos de valor e geração de divisas.

Um exemplo encontra-se nas aeronaves da Embraer, cujas vendas externas têm receita média anual superior a US$ 2 bilhões. E não se deve ater a análise apenas à indústria, pois a tecnologia também agrega diferencial às commodities. É o caso da soja nacional, cuja produtividade resulta de pesquisas da Embrapa, possibilitando vendas externas de US$ 3 bilhões por ano. O valor agregado do conhecimento e pesquisa é visível no agronegócio brasileiro, valendo justo reconhecimento internacional ao setor e à excelência dessa instituição nacional de pesquisa.

É inegável a pertinência de ampliar os esforços no desenvolvimento mais acelerado das pesquisas, inovação e registro de patentes. A dependência tecnológica é a armadilha da subserviência, num mundo em que o conhecimento é fator de domínio econômico.


João Guilherme Sabino Ometto é vice-presidente da Fiesp, presidente do Grupo São Martinho e membro do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP).

Gazeta Mercantil, 30 outubro, 2007.


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