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Ipen desenvolve o primeiro laser de altíssima potência do Hemisfério Sul.


Pesquisadores do Centro de Lasers e Aplicações (Cla) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) estão desenvolvendo o primeiro laser compacto de altíssima potência do Hemisfério Sul. Conhecido como T3 (Table Top TeraWatt Laser), o equipamento produz feixes luminosos que podem ser empregados em várias aplicações científicas e tecnológicas nas áreas médica, ambiental, nuclear e de processamento de materiais.

O pulso luminoso gerado pelo T3 não produz calor, tem a duração de alguns fentossegundos (quatrilionésimos de segundo) e atinge potências da ordem de TeraWatt. Para se ter uma idéia do que isso significa, atualmente toda a potência elétrica gerada no mundo é de 1,5 TeraWatt.

O equipamento nacional é aperfeiçoado desde setembro último, quando foi realizado o primeiro teste com a aplicação do laser de 10 GigaWatts. Agora, os pesquisadores desenvolvem um amplificador capaz de multiplicar essa potência em até 100 vezes. A expectativa é de que até o final do ano, o T3 brasileiro alcance a marca de 1 TeraWatt.

Graças à velocidade de seus pulsos luminosos e à precisão da área focada, o laser T3 pode realizar cortes precisos em materiais inorgânicos e biológicos sem danificar suas estruturas e propriedades. O corte sem aquecimento é perfeito em aplicações odontológicas (remoção de cáries), oftalmológicas (transplantes de córnea) e permite o corte de tecidos neurológicos sem afetar os tecidos adjacentes.

Vista do arranjo óptico do laser T3.


Com essa altíssima potência, o laser T3 pode ser utilizado no enriquecimento de isótopos, na produção de radioisótopos e no monitoramento da poluição atmosférica. O laser também permite a criação de pequenas fontes de Raios X com melhor resolução e detalhamento das imagens geradas. "O mais interessante nesse tipo de laser é a ampla possibilidade de uso que ele permite", explica o físico e gerente do Cla, Nilson Dias Vieira Júnior.

O projeto de desenvolvimento e construção do único T3 do Hemisfério Sul está orçado em US$ 1 milhão e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "O laser de T3 amplia a fronteira do conhecimento e nos coloca entre os melhores centros de pesquisa do mundo", afirma Vieira Júnior, ressaltando que há alguns anos os poucos países que detinham esta tecnologia gastaram bilhões de dólares neste tipo de projeto.

Segundo ele, o projeto pretende atingir potências cada vez maiores e incorporar cientistas de outras instituições de pesquisa mediante contratos de parceria. A intenção é transformar o Cla em um Laboratório Nacional.

Nota do Managing Editor: Esta matéria foi veiculada, na íntegra, pelo site da Agência Brasil - ABr/Radiobrás (http://www.radiobras.gov.br), a partir de 27 de maio de 2003, tendo sido assinada pelo jornalista Maurício Cardoso. A legenda da figura apresentada no texto não consta da edição original.

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