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DIVULGAÇÃO

A nanotecnologia poderá melhorar a saúde nos países em desenvolvimento.

A nanotecnologia, uma ciência que se exerce na escala de átomos e moléculas, poderá oferecer aos países em desenvolvimento novos meios de diagnosticar e tratar doenças e de sanear a água se os governos, as organizações não-governamentais, industriais e outros tiverem vontade de fazer uso das poderosas ferramentas que oferece essa tecnologia.

A nanotecnologia é a capacidade de observar, de medir, de manipular e de fabricar objetos em uma escala de 1 a 10 nanômetros. Um nanômetro é um bilionésimo do metro. Uma folha de papel, por exemplo, tem uma espessura de 100.000 nanômetros.

"A nanotecnologia pode criar enormes vantagens médicas para alguns 5 bilhões de habitantes do mundo em desenvolvimento", declarou Peter Singer, diretor de pesquisa do McLaughlin-Rotman Centre for Global Health e professor de medicina na Universidade de Toronto (Canadá), quando de uma reunião organizada em 27 de fevereiro último.

Essa reunião, que tratava da utilização da nanotecnologia com fins de melhoria da saúde nos países em desenvolvimento, foi organizada pelo Woodrow Wilson International Center for Scholars (EUA).

As nanotecnologias estão em curso de desenvolvimento em quase todos os setores, especialmente eletrônica, energia, informação, transportes, materiais, produtos farmacêuticos e medicina.

Essa área, em plena expansão, congrega cientistas de numerosas disciplinas, principalmente químicos, físicos, engenheiros, especialistas de materiais e biólogos. Mais de 400 produtos destinados ao consumo no mundo são já derivados, de um modo ou outro, da apropriação da nanotecnologia.


A nanotecnologia e os países em desenvolvimento

Em 2005, o grupo de Singer publicou um estudo oferecendo uma lista ordenada das dez nanotecnologias mais susceptíveis de trazer benefícios aos países em desenvolvimento em um futuro próximo.

Na ponta da lista figuravam as nanotecnologias aplicáveis à armazenagem, à produção e à economia de energia; a seguir vinham o aumento dos rendimentos agrícolas, o saneamento de águas e o diagnóstico e tratamento de doenças.

O grupo mostrou igualmente que um número surpreendente de projetos de pesquisa em nanotecnologia estava em andamento em vários países em desenvolvimento, e que esses países centravam suas inovações na direção da resolução de seus problemas mais urgentes.

"Países como o Brasil, Índia, China e África do Sul lançaram importantes iniciativas de pesquisa em nanotecnologia, que poderão servir para responder às necessidades dos pobres", declarou Andrew Maynard, principal conselheiro científico para o Projeto sobre as Novas Nanotecnologias.

A China chega em terceira posição mundial no depósito de pedidos de patentes na área de nanotecnologia, logo atrás dos Estados Unidos e Japão. O Brasil previu um orçamento de 25 milhões de dólares para financiar a pesquisa nessa área, para o período que vai de 2004 a 2007.

A iniciativa sul-africana em nanotecnologia é uma rede nacional de pesquisadores universitários. Outros países em desenvolvimento, principalmente Tailândia, Filipinas, Chile, Argentina e México estão lançando pesquisas nessa área, afirma Peter Singer, em artigo publicado em 2005 e intitulado "Nanotechnology and the Developing World" (A Nanotecnologia e o Mundo em Desenvolvimento).


A nanotecnologia e as doenças

Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Pesquisa sobre o Câncer (NCI, National Câncer Institute) fez uma aliança para a pesquisa sobre o câncer, a fim de acelerar o desenvolvimento de tratamentos nanotecnológicos.

"As nanotecnologias poderão revolucionar os tratamentos médicos nos países em desenvolvimento", disse o diretor da aliança, Piotr Grodzinski, "facilitando a disponibilidade de medicamentos para tratar doenças que fazem milhões de vítimas a cada ano no mundo".

Os nanomateriais e as nanomáquinas médicas, acrescentou ele, terão um papel cada vez mais essencial, melhorando a maneira como diagnosticamos, tratamos e, afinal de contas, prevenimos os cânceres e outras moléstias.

Um dia, sem dúvida, será possível, por exemplo, colocar água contaminada em uma garrafa transparente, barata, que irá desinfetá-la. Bastará apenas colocá-la à luz do sol. Os médicos poderão administrar vacinas que poderão ser inaladas, sem que haja necessidade de refrigeração.





Triagem de genes defeituosos, graças ao uso de quantum dots fluorescentes.

Créditos: Usinfo


Segundo Grodzinski, toda a dificuldade consiste em colocar o mais rapidamente possível esses tratamentos à disposição dos meios médicos e a preços acessíveis. Em conseqüência, a distribuição de tratamentos nanotecnológicos será sem dúvida mais lenta em certos países em desenvolvimento.


Levantar os desafios mundiais

A fim de ajudar a comunidade internacional a acelerar as aplicações da nanotecnologia para fins de sustentação de um desenvolvimento durável, compreendendo a área da saúde, Singer e seu grupo propuseram uma iniciativa chamada "Adressing Global Challenges Using Nanotechnology".

Calcado sobre o programa comum Grand Challenges in Global Health (Grandes Desafios da Saúde Mundial), da Fundação Bill e Melinda Gates e do Instituto Nacional da Saúde (NIH, National Institutes of Health), a iniciativa será financiada por fundações nacionais e internacionais e por projetos de colaboração em diversos países industrializados e em desenvolvimento.

Um desenvolvimento responsável da nanotecnologia deve beneficiar pessoas dos países industrializados e dos países em desenvolvimento, mantendo preços acessíveis", segundo Maynard. "Isso supõe igualmente que é necessária toda atenção aos riscos potenciais que representa a nanotecnologia para a saúde humana e o meio ambiente."

USINFO (http://usinfo.state.gov), consultado em 09 de março de 2007 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: artigo de autoria de Cheryl Pellerin, veiculado a partir de 09 de março de 2007, no site da USINFO.

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