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ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA
Jaber Ibn Hayyane, um químico mundialmente reconhecido. Jaber Ibn Hayyane (721 - 815) é um célebre personagem e um dos maiores sábios da Idade Média. Com o nome de Abu-Musa Jaber Ibn Hayyiane al-Azdi, era denominado, às vezes, como o hurani e o soufi. Na Idade Média os europeus o conheciam pelo nome Geber. "Após ter abraçado o Islã, Jaber manifestou uma profunda ligação com sua nova religião". O padre Georges Qanawati conta que Jaber, após a morte de seu pai, ainda jovem foi enviado à Península Arábica onde aprendeu o Alcorão e as matemáticas. Ibn Ennadim (século X) afirma, em sua Fahrassat, que as pessoas não entravam em acordo, quando a questão era a quem ligar Jaber: aos Xiitas, Baramikas ou aos filósofos. "Alguns chegaram mesmo a negar sua própria existência". Se ele é originário de Khorasan (vasto território onde agora é o nordeste do Irã, Turcomenistão sul e norte do Afeganistão], foi em Koufa (hoje cidade do Iraque, situada aproximadamente a 170 km de Bagdá) que passou a maior parte de sua vida. Jaber nasceu em Touss (Irã), em 721, e a data de sua morte, 813 ou 815, está sujeita a controvérsia entre os historiadores. Abu-Musa Jaber Ibn Hayyiane al-Azdi, também conhecido como Geber. Créditos:Eltamiz.
Inicialmente, sob o patronato do vizir (ministro ou conselheiro) Jaafar al-Barmaki, Jaber exerceu a medicina, à época do Califa Abbasside Haroun al-Rachid. Após os reveses que os Baramikas experimentaram, Jaber foi aprisionado em Koufa (ou Kufa), onde permaneceu até sua morte. Cabe a ele, igualmente, o mérito daquilo que os europeus conhecem sobre o sal amoniacal, a água-régia, a potassa (hidróxido de potássio) e o ácido sulfúrico. Suas obras tratam igualmente dos metais não preciosos e sua oxidação, dos sais minerais, do ácido nítrico e do sulfúrico, e também da destilação, filtração e evaporação. Além dessas e de outras contribuições científicas, Jaber é considerado como pioneiro das ciências experimentais, tendo introduzido na química a experimentação e a prática de laboratório, recomendando a precisão na pesquisa e a experimentação, preconizando a perseverança em sua execução. Nesta área, ele contribuiu não só para a descoberta do refino de minerais, para a produção do aço, tintura de tecidos, curtume do couro, mas também para o revestimento do tecido impermeável e ainda para a utilização do dióxido de manganês na produção do vidro. Jaber dividiu as matérias, em função de suas especificidades, em três categorias: 1. os álcoois, ou matérias que se evaporam quando aquecidas, tais como a cânfora e o cloreto de alumínio; 2. os metais, tais como o ouro, a prata, o chumbo e o ferro; 3. os compostos, ou as matérias que podiam ser transformadas em pó. Decididamente, segundo George Sarton (químico e historiador belga, considerado fundador da disciplina História da Ciência), "não se pode discernir o valor real das realizações de Jaber, senão após autenticação, redação e publicação do conjunto de suas obras".
A estas obras se juntam outros opúsculos que trazem, além de química, explicações aos livros de Aristóteles e de Platão, assim como epístolas (cartas) falando de filosofia, astrologia, matemáticas, medicina e música. Al-Zarqali (célebre astrônomo árabe-espanhol que trabalhou em Toledo no século XI), em seu "Aalam" (Os Eruditos) observou que Jaber tinha "escrito numerosas obras, em número variando entre 232 e 500 livros, estando em sua grande maioria perdidos". Algumas obras de Jaber foram traduzidas para o latim no início do século XII, outras traduzidas do latim para o inglês em 1678. Os europeus recorreram durante vários séculos a estes livros que marcaram o desenvolvimento e a evolução da química moderna. Max Mayerhof sublinhou, neste contexto, que o desenvolvimento da química na Europa está diretamente ligado a Jaber Ibn Hayyane, prova que a terminologia que ele tinha inventado continua ainda em uso nas diferentes línguas européias. Isesco (Tradução e Adaptação - MIA/OLA). Assuntos Conexos: |
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