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ARTIGOS DE OPINIÃO
Nanotecnologia chega aos produtos de uso comum. Petroquímicas investem em pesquisa para fazer frente à concorrência. Com o objetivo de estimular um mercado ainda pequeno no Brasil e já pensando em soluções para evitar a concorrência futura das resinas oriundas do Oriente Médio, as petroquímicas nacionais intensificam as pesquisas em nanotecnologia e, cada vez mais, aplicam a tecnologia em produtos de uso comum, como lava-louças e garrafas térmicas. Esse movimento é liderado pela Braskem e Suzano Petroquímica, que juntas já disponibilizam ao mercado nanocompósitos de PVC, polietilenos (PE) e polipropileno (PP), as principais resinas termoplásticas consumidas no País. A mais recente novidade é o depósito da primeira patente brasileira em nanotecnologia de PVC feito pela Braskem, no início de maio passado. O produto, que deverá ser utilizado na produção de tubos, conexões e perfis com características superiores, chegará ao mercado em 2008, informa o gerente de inovação e desenvolvimento de mercado e coordenador do projeto nano PVC da Braskem, Luciano Nunes. Os produtos desenvolvidos a partir da nanotecnologia apresentam propriedades funcionais diferenciadas em relação aos modelos convencionais, como maior rigidez, resistência, transparência, brilho, além de características especiais como ações antibactericida e antifungicida, entre outras. Esses diferenciais são fruto do investimento das companhias na área de pesquisa e desenvolvimento, o que eleva o custo dos nanocompósitos em relação às resinas tradicionais. Mesmo assim, as petroquímicas analisam como crescente a demanda pela nanotecnologia. Prova disso, destaca o gerente de desenvolvimento de novos produtos da Suzano, Cláudio Marcondes, é o sucesso de vendas das lavadoras semi-automáticas fabricadas pela Suggar com um nanocompósito desenvolvido pela Suzano. "Já recebemos programação de compra da Suggar para o nosso produto antibactericida para os próximos seis meses", revela Marcondes, referindo-se ao polipropileno desenvolvido pela Suzano e cujo preço é aproximadamente 15% superior ao PP tradicional. Outra empresa que estuda utilizar os nanocompósitos em seus produtos é a Arno. "A empresa já está fazendo testes na linha de liquidificadores e esse acordo deve sair em breve", revela Marcondes. Dessa forma, cada vez mais empresas seguem o caminho adotado pela fabricante gaúcha de garrafas térmicas Termolar de desenvolver produtos a partir de nanocompósitos. "A empresa também já testou um nanocompósito a ser utilizado na fabricação de peças domésticas". Essa tecnologia ainda está em fase piloto e ainda depende da chegada de um equipamento específico que nos permita desenvolver esses produtos", diz o gerente da Suzano. Esse maquinário já foi encomendado e deverá chegar ao Brasil no final de 2008. A Braskem, além de manter as pesquisas em busca de novos nanocompósitos, aguarda o resultado de testes para anunciar suas novidades na área de nanotecnologia. Uma delas é o uso de polipropileno adicionado a nanopartículas na produção de pára-lamas de caminhões. A Suzano fará em Mauá (SP) uma Unidade Autônoma de Extrusão (UAE), voltada especificamente para a produção de resinas de maior valor agregado. A operação comercial da linha está prevista para 2008, com capacidade de 24 mil toneladas anuais. A Braskem, por sua vez, iniciará em São Paulo, a partir do próximo ano, a produção comercial de seu nanocompósito de PVC. Em um segundo momento, a empresa deverá utilizar uma de suas unidades principais de vinílicos, na Bahia ou em Alagoas. kicker: A mais recente novidade é o depósito da primeira patente brasileira em nanotecnologia de PVC feito pela Braskem. Nota do Managing Editor: esta matéria, de autoria de André Magnabosco, foi primeiramente veiculada pelo jornal Gazeta Mercantil, na rubrica Relatório - p. 4, de 30 de julho de 2007. |
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