Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
 o laboratório
histórico

missão

a identidade visual lqes

proposta de trabalho

repercussões

facilidades laboratoriais

facilidades instrumentais

indicadores de produtividade

estrutura organizacional

normas de segurança

código de ética

localização

 
DAS IDÉIAS INICIAIS À CRIAÇÃO DO LQES - LABORATÓRIO DE QUÍMICA DO ESTADO SÓLIDO

A partir de 1981, podíamos observar dois movimentos, a um só tempo importantes e distintos, no contexto internacional da Química. O primeiro, ligado a um vertiginoso desenvolvimento e à aplicação de novas técnicas de análise, sobretudo as espectroscópicas: espectroscopia infravermelho com transformada de Fourier ; espectroscopias moleculares utilizando-se de lasers pulsados que permitiam resolução temporal ; espectroscopia de ressonância nuclear magnética com ângulo mágico, para o estudo de sólidos, entre outras. Todo este desenvolvimento vinha fortemente influenciado por outro, também não menos explosivo, aquele ligado a mini e micro-computadores, cuja performance aumentava quase que na razão direta da queda de seus preços, criando, assim, condições de acesso para um grande número de pesquisadores.

O outro movimento, embora um pouco mais tímido, iniciado na década de 70, relacionava-se à participação, cada vez maior, de químicos, em áreas que foram batizadas como Química de Sólidos e Materiais, áreas estas decorrentes das novas necessidades do desenvolvimento tecnológico. Nesta mesma época, passou-se a utilizar a expressão novos materiais para designar substâncias que apresentavam importantes propriedades de condução, ópticas, magnéticas, catalíticas, de separação, etc. Principalmente este segundo movimento, do qual aqui nos ocuparemos, norteou nossas atividades a partir de 1982.

Quando introduzimos a rubrica Química do Estado Sólido (QES), em nosso contexto, o fato causou, num primeiro momento, alguma confusão e muita resistência para ser admitida. Do ponto de vista fundamental havia certa - e ainda hoje persiste um pouco, por parte dos especialistas em moléculas em solução - hesitação em reconhecer o caráter químico de uma área tão estreitamente ligada à Física do Estado Sólido e à Cristalografia. Esta situação não é, entretanto, "privilégio" do Brasil. Em países como a França, por exemplo, a QES também causou o mesmo impacto em meados dos anos 70.

Um ponto merece ser destacado: dada a natureza intrínseca da interdisciplinaridade da QES fazia-se necessária a interação com outras áreas do conhecimento, entre elas a Física e a própria Engenharia. Percebemos, naquele momento, que pelo fato de não haver uma linguagem adequada que possibilitasse ultrapassar as barreiras terminológicas e conceituais, tal interação não se realizava. Destas constatações ficaram claramente evidenciadas as dificuldades associadas a uma proposta de implantação desta área do conhecimento. Além do problema citado, havia a quase total inadequação da infra-estrutura instrumental do Instituto de Química da UNICAMP que, e não se esperava o contrário, estava basicamente voltada para a tradição da química brasileira, ligada aos aspectos moleculares.

A estratégia utilizada para vencer estas dificuldades incluíam etapas de curto e médio prazo. Dentre as primeiras, destacamos:

i) implantação de disciplinas de pós-graduação, ligadas ao tema;

ii) sensibilização das agências de fomento, quanto à necessidade de se desenvolver estas atividades;

iii) realização de considerável número de palestras, conferências e seminários em institutos de Química e de Física distribuídos pelo país.

A médio prazo, a ação passava por:

i) buscar recursos financeiros que possibilitassem criar um parque instrumental moderno, capaz de permitir o desenvolvimento da área;

ii) iniciar um processo de interação com outros institutos da própria UNICAMP e de outras instituições;

iii) realizar cursos em outras universidades visando não só o convencimento para as novas oportunidades de pesquisa como, também, a nucleação de novos grupos.

Um aspecto que julgamos da maior importância foi a realização de inúmeros cursos e conferências nos Encontros Nacionais de Estudantes de Química, Semanas da Química, etc., em que se procurava motivar e entusiasmar os estudantes de graduação para a área.

Dentro deste cenário e destas convicções foi criado, em 1985, o Laboratório de Química do Estado Sólido, no Instituto de Química, da Universidade Estadual de Campinas, pelo Professor Oswaldo Luiz Alves. A partir daquele ano, as publicações e atividades do laboratório passaram a ser identificadas pela sigla LQES, como parte da filiação institucional.

Oswaldo Luiz Alves - Fundador e Coordenador Científico do LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido.

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco