|
DIVULGAÇÃO
Como o camaleão muda de cor, confundindo-se com aquela de seu entorno ? A faculdade legendária do camaleão de se "fundir" com seu ambiente está na origem da popularidade desse réptil sáurio. Todavia, sua reputação é em parte usurpada. Se é verdade que os representantes da família dos Camaleontídeos mudam de pele como de camisa (ou quase!), eles não contam senão com um repertório de cores bastante limitado à sua disposição. De fato, cada espécie possui uma gama de pigmentos que lhe é própria, em geral nos tons amarelos, marrons ou avermelhados (arroxeados). Células altamente especializadas. Antes de tudo, a coloração do camaleão é uma arma de camuflagem. Compensando sua lentidão, ela lhe permite escapar dos predadores. A mudança de cor se dá sob controle neurohormonal, em função de estímulos visuais (cenário, luminosidade), mas também da temperatura e do estado psíquico. A cor de sua pele (tegumento) é, assim, um verdadeiro barômetro de seu humor, tal espécie empalidecendo sob o efeito da doença, tal outra "vestindo-se" com cores agressivas para afastar um intruso ou tornando-se escarlate durante o período de acasalamento.
Contudo, o camaleão jamais será um Arlequim. Quando muito pode adotar as cores dominantes do suporte sobre o qual está - fenômeno conhecido como homocromia variável -, faculdade que divide com determinados peixes achatados como o cherne, mas também com o choco (espécie de molusco), os crustáceos, os batráquios... Essa adaptação é devida à dispersão, ou, ao contrário, à concentração de pigmentos coloridos do tegumento. Tais pigmentos estão contidos no centro da célula em forma de estrela: os cromatóforos. Vários subtipos podem ser distinguidos: os melanóforos contêm pigmentos marrons e negros, os xantóforos, pigmentos vermelhos. Rodeados por um cinto de fibras musculares, esses cromatóforos são dotados de certa elasticidade. Sob a ação de estímulos nervosos, podem dilatar-se por todo o espaço disponível, emitindo espécies de ramificações: pigmentos celulares que se encontram concentrados no centro da célula (coloração clara) se dispersam então (coloração mantida). Finalmente, é a combinação de diferentes tipos de cromatóforos contraídos ou dilatados que determina a coloração que toma o camaleão. Nota do Managing Editor: esta matéria foi elaborada a partir de informações veiculadas em artigo de Marielle Mayo, publicado na revista Science et Vie, secção Questions & Réponses, de junho de 2003, com tradução/texto de Maria Isolete Alves (MIA). Obteve-se a ilustração aqui apresentada no endereço http://www.google.com/. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco