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DIVULGAÇÃO
Materiais nanoestruturados para implantes arteriais. As estatísticas sobre óbitos nos países desenvolvidos (e mesmo naqueles em desenvolvimento) revelam que as doenças cardiovasculares (DCV) são as responsáveis pelo maior índice de morbidade (taxa de portadores de determinada doença em relação ao números de habitantes sãos) e mortalidade. Dentre os fatores de risco que ajudam a corroborar os dados estão o tabagismo, o sedentarismo, a obesidade, a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes, a raça, a história familiar, a idade, o sexo. Em alguns deles (raça, história familiar, idade, sexo) ainda não é possível intervir, embora a ciência esteja aí procurando mostrar o contrário. Que tal, então, arregaçarmos as mangas e darmos uma mãozinha atuando sobre aqueles que, de algum modo, dependem de nós: a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo, etc.? Para o bem geral (e para o nosso, particularmente,) podemos agir para mudar os números alarmantes que as estatísticas revelam, tentando evitar as DCVs que, quando não matam, levam à invalidez total ou parcial. Contudo, aqueles já afetados por uma cardiopatia que provoque a diminuição do calibre das artérias necessitam da implantação de endopróteses ("stents"), pequenos tubos trançados que são introduzidos nas mesmas, a fim de mantê-las abertas para que o fluxo sangüíneo seja suficiente. Há casos em que esses implantes precisam ser feitos em pequenos vasos (menores que 6 mm de diâmetro) e, em tais condições, apenas 30% duram mais de 5 anos e 20% devem ser substituídos, em função da ocorrência de reestenose: estreitamento das artérias após a implantação da endoprótese. Figura ilustrando um "stent" colocado em uma artéria [1]. Créditos: Endovasc
Buscando limitar tais problemas, equipes de pesquisadores da Universidade Brown e da Universidade de Purdue (ambas nos Estados Unidos) desenvolveram duas técnicas. Nanoestruturando endopróteses, buscaram fazer com que uma camada de células endoteliais se formasse sobre sua superfície, facilitando assim sua integração nos vasos sangüíneos. O mais liso não é o melhor. As células endoteliais mais rápidas (verde) formam uma única camada lisa. O metal exposto provocará uma resposta imune. As amostras examinadas após 1, 3, 5 dias (da esquerda para a direita) mostram uma melhor cobertura do titânio nanoestruturado (seqüência inferior) que do titânio microestruturado convencional. Créditos: Thomas Webster
Moldando sobre diferentes amostras de PLGA (poly (lactic-co-glycolic acid)), um polímero biodegradável, relevos cuja espessura é de respectivamente de 100, 200 e 500 nm os pesquisadores produziram o outro tipo de prótese. Seus resultados mostram que a amostra que possui rugosidades de 200 nm favorece sobremodo a absorção de fibronectina, proteína adesiva que ajuda as células endoteliais a aderirem sobre a prótese, recobrindo-a. Esses dois materiais nanoestruturados favorecem o crescimento de células endoteliais? Os pesquisadores apostam nisso! Tanto é assim, que a próxima etapa do programa consiste em realizar implantes sobre animais para confirmar os resultados. Brown University Media Relations, consultado em 22 de abril, 2007 (Tradução/Texto - MIA). Nota do Scientific Editor: os trabalhos originais, aos quais se refere esta notícia, são: Saba Choudhary, Karen M. Haberstroh, Thomas J. Webster, "Enhanced Functions of Vascular Cells on Nanostructured Ti for Improved Stent Applications", publicado na revista Tissue Engineering, abril 2007 (on-line) e Derick C. Miller, Karen M. Haberstroh, Thomas J. Webster, "PLGA nanometer surface features manipulate fibronectin interactions for improved vascular cell adhesion", publicado na revista Journal of Biomedical Materials Research, Part A, volume 81A, número 3, p. 678 - 684, 2007. Nota do Managing Editor: a ilustração [1] que figura nesta notícia não faz parte da matéria original e foi obtida em www.google.com. Assuntos conexos: |
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