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Células comandadas à distância.


Pela primeira vez, cientistas conseguiram controlar o comportamento de uma célula utilizando um sinal físico ao invés de uma droga química. Um sucesso que abre caminho para novas técnicas de terapia celular e novas interfaces homem-máquina.


Um ímã para fechar a porta

Em um artigo publicado na revista Nature Nanotechnology, Donald Ingber e seus colegas do Harvard Institute for Biologically Inspired Engineering apresentaram um método que lhes permite, com a ajuda de um campo magnético, fechar e abrir à vontade e instantaneamente a bomba de cálcio de células imunitárias. Os pesquisadores chegaram a esse resultado fabricando antígenos contendo nanopartículas de ferro e capazes de se ligar aos receptores de tais células.


A ronda das nanopartículas

Uma vez os antígenos fixados sobre a membrana dessas células, a aplicação de um campo magnético fraco força as nanopartículas aos quais eles estão ligados a se agrupar. Esses reagrupamentos formam uma espécie de canal membranário que permite a entrada maciça de cálcio na célula. In vivo, a entrada maciça de cálcio nesse tipo de células imunitárias conduz a uma cascata de reações inflamatórias. No momento em que o campo magnético se interrompe, o grupo se desagrega e o fluxo de cálcio cessa.


Um tratamento que responde ao dedo e ao olho

Numerosas drogas já permitem agir sobre o funcionamento dos receptores e dos canais celulares. Contudo, contrariamente à técnica "biomagnética" desenvolvida por Ingber, elas não podem funcionar instantaneamente e ainda não é possível fazer cessar sua ação. De fato, com um tratamento farmacológico clássico, uma vez a molécula ativa é ingerida ou injetada, não há qualquer meio de controlar onde e quando ela vai se fixar e agir. Aqui, os pesquisadores controlam precisamente o timing dos fenômenos biológicos que querem provocar.


Aplicações promissoras

Donald Ingber acredita que seu "telecomando magnético" poderá ter numerosas aplicações em medicina e em bioinformática. Ele vislumbra principalmente a possibilidade de criar nanofábricas farmacêuticas implantáveis, constituídas de células capazes de produzir e entregar moléculas terapêuticas, desde que lhes seja enviado um sinal magnético.

Acredita, ainda, que seu procedimento, tornando possível a interconexão entre um aparelho eletrônico e uma célula permite criar computadores capazes de melhor explorar as capacidades de cálculo próprias das células biológicas.





Usando o controle remoto (magnético) para controlar o comportamento das células ?

Créditos: 20 Minutes


... em quinze anos

Ingber admite que seu projeto - que teve início logo após uma chamada de oferta do Darpa (órgão de pesquisa da Armada Americana) para o desenvolvimento de novas interfaces homem-máquina -, não está senão em seus primórdios. Contudo, está persuadido de que daqui a uns quinze anos existirão aparelhos que permitirão uma comunicação direta entre máquinas e células vivas.

20Minutes, consultado em 02 de fevereiro de 2008 (Tradução - MIA).


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