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Cimento superduro, graças à casca do arroz!

Cukoo Kochar, diretor do Phoenix Group of Companies (Canadá), inventou um método para extração de sílica, partindo da casca que protege os grãos de arroz. A sílica é utilizada pelos construtores para fabricar um cimento mais forte e mais resistente a fatores ambientais como o sal e as chuvas ácidas, razões que fazem com que empresas de construção procurem por fontes de sílica.

A sílica é encontrada em estado natural geralmente na forma cristalina, forma esta inutilizável para emprego em construções. Construtores pagam preços elevadíssimos aos fabricantes de aço para obter o material na forma conveniente. O pó de sílica é, na verdade, um subproduto da atividade siderúrgica que, por ser duro, é bastante caro para ser recolhido: entre 800 e 1200 dólares americanos/tonelada. Utilizando a casca de arroz, Kochar pensa produzir uma tonelada de sílica por 300 dólares americanos, aproximadamente. Uma tonelada de sílica servirá para o fabrico de 10 toneladas ou um caminhão e meio de super-cimento.

Construtores de países do terceiro mundo estão particularmente interessados pelo super cimento. Sua resistência ao sal é bastante útil para construção de pontes nas águas salgadas dos mares. Kochar acredita que a casca de arroz, com teor de sílica bastante elevado, permite a fabricação de um cimento super resistente, mais facilmente disponível aos construtores. Países como a Índia e as Filipinas produzem milhões de toneladas de casca de arroz por ano. Tais cascas não se decompõem, não são bons fertilizantes e não podem ser utilizadas como ração animal, uma vez que não têm qualquer valor nutritivo. Os fazendeiros a utilizam como combustível. Com um procedimento adaptado, as cascas de arroz poderiam ser uma matéria prima muito interessante para a produção de sílica.

Juntamente com sua equipe de engenheiros, Kochar associou-se à Torftech Technologies, de Missisauga, Ontário para criarem um procedimento de extração da sílica. A Torftch fabrica o que chama de TorBed Reactor - forno especializado o qual pode manter uma temperatura na qual as cascas de arroz se decompõem sem que haja cristalização. O Reator da Torftch já é utilizado na produção do Kellogg's Rice Krispies. Aquecendo as cascas em um ciclone apropriado, obtém-se a sílica. A Torftch possui a patente do procedimento e já vendeu a Kochar os direitos de reprodução dessa tecnologia na Índia e nas Filipinas, respectivamente, segundo e terceiro produtores mundiais de arroz.

Segundo Kochar, cada fábrica pode produzir até 1200 toneladas de sílica por ano e, o que é bom demais: a preço reduzido!

Ottawa Citizen, August 2001. (Tradução livre - Maria Isolete Alves)

Nota do LQES: A propósito veja matéria veiculada em Química Nova, volume 24, número 6, de novembro/dezembro de 2001, pp. 778, que trata do uso de casca de arroz como matéria-prima na fabricação de refratários.

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