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NOVIDADES
[Os materiais complexos] são tão complicados quanto manipulação nanométrica e automontagem, mas servem para propósitos bem palpáveis, como a fabricação de sensores, dispositivos eletrônicos ou ópticos. O que as equipes de quatro Universidades, coordenadas no IMCC pelo professor Fernando Galembeck, do Instituto de Química da Unicamp, fazem é pesquisar a estrutura de materiais como plástico, cerâmica ou borracha, a fim de poder modificá-las, acrescentando-lhes propriedades diferentes. Para isso, usam a teoria dos fractais e a organização das moléculas. Trabalhando em conjunto somente desde janeiro, os pesquisadores já entraram com pedido de registro de duas patentes. Uma delas será mantida em sigilo, já que envolve uma empresa. A outra diz respeito a uma técnica nova de coramento, ou aplicação de corantes em plásticos. Ao contrário do que se aprende em livros escolares, segundo os quais não se vê carga elétrica em plásticos, percebeu-se que existe uma estrutura de carga bastante complexa em plásticos e borrachas, diz Galembeck. Manipulando o mosaico irregular de carga, os pesquisadores descobriram como ancorar lá dentro outras moléculas. Além de corantes, seria possível alterar algumas propriedades mecânicas dos materiais, ampliando ou encurtando seu tempo de vida. Ao usar ligações iônicas mais fáceis de serem desfeitas, e não as tradicionais covalentes, talvez seja possível construir uma borracha de pneu que possa ser reciclada mais facilmente. 'É ainda só um sonho', afirma o professor. Mesmo com pouco tempo como parceiros, foi possível avançar tanto nas pesquisas porque cada instituição já vinha fazendo a sua. 'Cada um tem a sua história e seus projetos. A organização em torno do instituto conseguiu somar e, mais do que isso, ampliar a sinergia entre experiências e competências diferentes', diz Galembeck. O Estado de SP, 28 de Abril, 2002. (Laura Knapp) Nota do Editor: O LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido - é um dos laboratórios que fazem parte do IMMC. |
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