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A Plástica das Moléculas: um registro da conferência de Fernando Galembeck na UNICAMP

A Plástica das Moléculas, de que trata a publicação, tem por base uma das inúmeras conferências de Galembeck e revela, em toda a sua extensão, a grande capacidade do Autor - bem conhecida, aliás, dos alunos que freqüentaram os seus cursos -, de tratar temas complexos com rigor, através de uma linguagem que pode ser claramente entendida, mesmo pelo não-especialista. Isto se deve ao vasto conhecimento científico que tem de sua especialidade, a Química, somado a uma densidade adquirida de outras áreas do conhecimento, afins ou mais distantes, o que o leva a uma abordagem absolutamente contextualizada dos problemas levantados.

A focalizada, aqui, é a molécula. Algo que, há algum tempo, era quase de exclusividade daqueles que se dedicavam à Química. Hoje, este termo-conceito está nos jornais, está nas revistas, está na televisão... Está, enfim, no dia-a-dia. Atualmente é aceito que as moléculas desempenham um grande número de funções, funções estas derivadas de sua geometria e organização. Todavia, isto não foi sempre assim entendido. Para mostrar toda esta evolução, o Autor revisita o DNA, Alex Scarrell, a cristalografia de raios-X. Comenta as limitações da Mecânica Quântica e do cálculo computacional e posiciona-se a favor do uso da teoria e instrumentação "o tempo todo". Assim, apresenta as moléculas "pequenas", como o metano e, as "grandes", também chamadas macromoléculas, tais como as proteínas, borracha natural e polímeros sintéticos.

A questão da interação intermolecular é colocada de maneira instigante, quando faz uso da imagem dos "guardas", que vigiam as portas dos "vazios moleculares", deixando passar somente aqueles "convidados" que tiverem alguma característica especial. Leva-nos, assim, ao conceito de seletividade e de reconhecimento molecular, representado, por exemplo, pelos éteres coroa e pelo "funcionamento" dos antibióticos.

Chega, então, aos materiais (confessa que tentou, por duas vezes, ser Bioquímico!), traçando um rico panorama da evolução dos mesmos, mostrando a supremacia do ferro sobre o bronze nas guerras do Vale do Nilo. Fala de Pasteur (seu químico predileto), colocando a questão dos materiais no contexto da sociedade moderna, ou seja, na demanda de novas e/ou melhoria de propriedades e performances.

Bem ao seu estilo, analisa as "falsas profecias" daqueles que, de tempos em tempos, preconizam o Fim da Ciência. Sua resposta a esta colocação passa por várias reflexões e exemplos: Herman Mark, com os polímeros, a inadequação de uso de vários materiais, a exploração da cassiterita. Chega ao meio-ambiente onde coloca, de maneira cristalina, que os materiais têm também o seu "ciclo de vida", enfatizando a questão da reciclagem, sobretudo de polímeros. Todos estes pontos, certamente, apontando para muita ciência a ser feita.

Por fim, comenta as novas tecnologias de "fazer" moléculas e de "fazer" microcircuitos, detendo-se em alguns impactos das novas tecnologias sobre o universo do trabalho e do emprego.

Elegendo um tipo de texto que procura recriar a atmosfera da Conferência, o Autor optou por contemplar as perguntas e respostas que foram feitas pela platéia, o que enriquece, sobremaneira, esta publicação, na medida em que, das respostas, surgem novas perguntas, novas reflexões, novos desafios, que têm como resultado grande expansão, não só conceitual mas também de consciência.

As moléculas têm, aqui, um dos seus grandes dias! Galembeck aponta-nos claramente quanto vale a pena conhecê-las e, se possível, dominá-las, nesses tempos de mudança.

Oswaldo Luiz Alves

LQES, 16 de maio, 2002

Nota do Managing Editor (MIA): Contatos com o Autor através do email fernagal@iqm.unicamp.br

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