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Brasil e China assinam memorando para parceria em C&T

O Ministro Ronaldo Sardenberg e o Presidente da Academia Chinesa de Ciências, Lu Yongxiang, chefe da delegação de cientistas chineses que visitam diversos institutos de pesquisas brasileiros, desde a semana passada, firmaram a intenção de cooperação bilateral, em áreas consideradas estratégicas e de interesse comum aos dois países.

Brasil e China já possuem pesquisas conjuntas na área espacial e estão interessados em estreitar a cooperação nos campos da biotecnologia, agropecuária e no setor de sociedade da informação (informática). A parceria é inovadora porque, segundo o Ministro Sardenberg, são dois países em desenvolvimento, situados no Hemisfério Sul, que passam a cooperar em projetos de alta tecnologia.

De acordo com o Ministro, a cooperação bilateral poderá favorecer projetos de pesquisa que interessam ao Brasil e também à China. Sardenberg cita as pesquisas na agricultura, em áreas de alto teor de salinidade, caso específico da região Nordeste; o desenvolvimento de fitomedicamentos; a validação científica de plantas medicinais; o sensoriamento remoto, com uma maior troca de informações entre os dois países para os pequenos satélites, para previsões de safras, oceanografia e monitoramento costeiro; pesquisas climáticas; biologia molecular, e materiais avançados.

Outras possíveis áreas de cooperação científica bilateral - sugeridas pelo Ministro Sardenberg e apoiadas pelo Presidente da Academia Chinesa de Ciências -, seriam a da bioinformática e a da matemática.

O Ministro explica que a Academia de Ciências chinesa é uma instituição forte, que poderá ajudar na coordenação da cooperação bilateral. Enfatiza que um dos papéis da Academia Brasileira de Ciências será o de mobilizar a comunidade científica brasileira para a apresentação e solidificação dos projetos de parceria.

Brasil e China encontram-se na lista das 40 nações do mundo que mais se destacam em pesquisas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e possuem diversos estudos sobre temas afins, sendo que já trabalham de forma integrada no lançamento de satélites.

Segundo Lu Yongxiang, que proferiu uma palestra no auditório do MCT para explicar a estrutura e funcionamento da Academia Chinesa de Ciências, os centros de pesquisa e instituições ligados à Academia são responsáveis por feitos científicos notórios, como recordes agrícolas (em 1999, o sistema chinês de cultivo de algodão chegou a 3.8 toneladas/hectare); o primeiro a seqüenciar o genoma do arroz; faz um por cento do seqüenciamento do Genoma Humano Internacional, junto a países como EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido e França; chegou a resultados comerciais satisfatórios na fabricação de robôs e materiais avançados, conservação do solo e da água, controle da desertificação e de enchentes, e em pesquisas de biodiversidade.

Os pesquisadores chineses destacam a necessidade de cooperação bilateral também na formação de recursos humanos e estudos avançados, nos setores de interesse dos dois governos, além da troca de informações em curtos períodos de tempo (entre seis meses e um ano), sobre as experiências científicas bem sucedidas em cada país.

Os chineses cumpriram um roteiro que incluiu visitas ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Unicamp, Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas (SP), e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM).

Assessoria de Comunicação do MCT, Sandra Machado, maio 2002.

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