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NOVIDADES
A alguns poderá parecer alarmista a guerra pela água, com tanta água nos oceanos. É muita mesmo, mas água que, em termos de potabilidade, não atende às necessidades do homem. Daí a busca por água doce até nas profundezas dos oceanos. Pensando em um futuro - bem mais próximo do que muitos imaginam -, no qual a água na terra estará ainda mais escassa, atingindo níveis críticos e sendo vendida, literalmente, a peso de ouro, uma equipe de pesquisadores arregaçou as mangas e - em 24 de julho p.p., entre Menton (França) e Vintimille (Itália) -, fez com que viesse à superfície água de fonte, captada a 36 metros de profundidade, através de uma operação que batizaram com o nome Nymphea. Tal operação, afirmam eles, possibilitará o bombeamento, do fundo do mar, de até 100 litros de água potável por segundo! No início dos anos 1980, em território italiano, fora descoberta a existência da fonte de água doce, em pleno mar, a 800 m ao longo da Mortola. Contudo, tratando-se de uma fonte submarina, para a captação industrial foram necessários três anos de pesquisa e de desenvolvimento. Em 1999, a Nymphea Water realizou uma primeira experiência objetivando a captação de água da fonte. A empresa especializou-se na exploração da produção de fontes de água doce submarinas e é filial do grupo GEOCEAN, empreendedor de trabalhos marítimos associado à COMEX. Thierry Carlin, diretor geral da Nymphea Water, afirma que "a água captada pode tornar-se potável após um pequeno tratamento", contudo, mesmo não tratada, "já poderá ser usada para a agricultura", o que, convenhamos, tem um valor inestimável. Um tubo em aço inoxidável, chamado "tulipa" pelos pesquisadores, em razão de sua forma, capta a água na base da fonte. A "tulipa" foi fixada sobre um soclo (em arquit., base quadrangular, destinada a sustentar estátuas, etc.) a 36 m de profundidade, no ponto em que a fonte jorra no fundo do mar. Chegando à superfície, a água se espalha pela extremidade da "tulipa", em uma bacia em forma de flor aberta. Num primeiro momento, a água da fonte poderá ser recuperada no próprio mar para, depois, em tempo a ser ainda determinado, ser encaminhada para um reservatório na costa. O projeto foi financiado por Jean-Claude Guibal e Giorgio Valfre, respectivamente prefeitos de Menton e Vintimille, interessados em desenvolver e diversificar seus recursos hídricos. A colocação do soclo no fundo do mar foi inaugurada em 15 de julho. O navio oceanográfico Minibex, da Comex, foi a base a partir da qual foram realizadas as operações. Essa inovação tecnológica, segundo a Nymphea Water, "abre perspectivas consideráveis, face à penúria em que, por falta de água, vivem numerosos países que possuem, sem o saber, essa riqueza proveniente do fundo dos mares". Agence France Press, julliet 2003. (Tradução/Texto - MIA) |
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