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Esponjas do mar e comunicações ópticas : muito além do que imaginamos !

Em matéria de eficácia e engenhosidade tecnológica, sem sombra de dúvida, a natureza é mesmo um modelo intransponível. As fibras ópticas, até então donas da cena em se falando de telecomunicações, já estão de orelhas em pé. Também, pudera, não é pra menos: cientistas do Bell Labs (EUA) afirmam ter transmitido um fluxo luminoso, através dos filamentos de uma esponja marinha, com propriedades superiores àquelas das fibras ópticas atuais.

A transmissão de dados sobre redes poderá, segundo os pesquisadores, vir a sofrer uma verdadeira revolução, graças à tal descoberta. "Acreditamos que essa nova fibra traz em si um procedimento de inspiração biológica, que pode melhorar os materiais utilizados nas redes ópticas", explica Joanna Aizenberg, cientista que conduziu a equipe de pesquisas da empresa americana Lucent Technologies, no interior do Bell Labs.

"A mãe natureza tem uma capacidade singular de aperfeiçoar certos materiais", diz Aizenberg. Acrescenta, ainda, que "quanto mais estudamos os organismos biológicos, mais compreendemos quanto podemos aprender com os mesmos". Ressalta a pesquisadora as propriedades extraordinárias dos filamentos ultrafinos que compõem o corpo da esponja, de nome latino Euplectella aspergillum, a qual, em inglês, é chamada "Venus flower basket". Essa esponja surpreendente habita as profundezas do mar do Caribe.

A extrema flexibilidade é a principal vantagem, dentre tantas, das fibras biológicas dessa esponja, as quais podem ser torcidas em qualquer sentido, sem que se partam. Diferença crucial entre elas e as fibras ópticas atuais, explicam os pesquisadores do Bell Labs.

A maneira de fabricação das fibras é sobremodo diferente, logicamente. Enquanto as fibras da Euplectella aspergillum são produzidas à temperatura da água do mar, por depósito de sódio, as fibras ópticas atuais, diz Joanna Aizenberg, são produzidas a altas temperaturas, via equipamentos muitíssimo caros.

A natureza vem desafiando, surpreendendo a ciência!

Bell Labs: http://www.lucent.com/press/, august 2003. (Tradução/Texto - MIA)

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