Parece ser, muitas vezes, um traço do comportamento humano, defender um ponto de vista, mesmo que as evidências atestem o contrário. É o que vem acontecendo com a Agência Americana de Proteção ao Meio Ambiente, a EPA, encarregada pela luta contra a poluição.

A Agência vem assumindo a postura de quem realmente acredita que não só o dióxido de carbono, mas também outros gases responsáveis pelo efeito estufa, não são poluentes. Assim, sente-se à vontade para não se preocupar, logo - não se ocupar -, do aquecimento global do clima. Tal é, pois, a conclusão a que acaba de chegar a Adminstração Bush, a qual volta suas lentes à outras questões: mais importantes que a própria sobrevivência do planeta?

Conforme os ecologistas, esse "incidente" seguiu-se ao anúncio feito pela EPA de uma mudança de regulamentação permitindo a modernização de velhas centrais elétricas e de algumas grandes usinas geradoras de CO₂, sem obrigação de instalar novos sistemas antipoluição.

Tal regulamentação, no entanto, oficialmente não coage em nada a autoridade de cada Estado a limitar as concentrações de gases responsáveis pelo efeito estufa. Não obstante, a situação poderá tornar-se difícil de ser gerenciada e a Califórnia, bastante avançada nesse domínio, arrisca-se a esbarrar em dificuldades na aplicação dessas leis sobre a proteção do ar tendo como horizonte 2009.

Os ecologistas, logicamente, não cruzaram os braços. Estimam dispor de argumentos científicos suficientes, que atestem ser o CO₂, sem sombra de dúvida, um poluente. Lembram que o Clean Air Act obriga a EPA a regular a emissão de substâncias nocivas à saúde e bem-estar da população. O que inclui, naturalmente, os gases que influenciam o clima.

Wall Street Journal, august 25, 2003. (Tradução/Texto - MIA)

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