|
NOVIDADES
Reconciliar saúde e alimentação é - ou pelo menos deveria ser -, um dos objetivos das grandes indústrias produtoras de alimentos. A equação: saúde + boa alimentação = viver com qualidade + prazer é bastante respeitada por multinacionais do ramo que, vigilantes, observam de perto as pesquisas realizadas por algumas empresas de biotecnologia. Visto ser fundamental que o prazer esteja presente, os biotecnólogos, em seus laboratórios, vêm trabalhando na tentativa de isolar substâncias capazes de bloquear, no homem, os receptores do sabor amargo. Sal e açúcar, na indústria alimentícia, são freqüentemente utilizados não para melhorar o gosto dos alimentos, mas, sim, para mascarar o amargo gerado por certos modos de preparo ou determinados aditivos químicos como, por exemplo, a cafeína. A empresa Linguagen Corp., de Nova Jersey (USA), parece ter saído na frente: em abril passado (2003) obteve a primeira patente para uma molécula de tipo bloqueadora, batizada como adenosina 5'-monofosfato (ou AMP). Grande gol é verdade! Considere-se, contudo, a existência, no homem, de mais de trinta receptores do sabor amargo, distribuídos por toda a língua, fato que torna bastante fraca a probabilidade de que seja descoberto um bloqueador "universal". Explica-se, assim, a reserva de parte da comunidade científica vis-à-vis o comportamento de empresas tais como a Linguagen: os resultados poderiam ser parciais, logo, discutíveis. As pesquisas seguem promissoras. Não é somente o setor de alimentação que vem se mostrando interessado pelos resultados, também a indústria farmacêutica sente que poderá auferir lucros com os mesmos. Os fabricantes de medicamentos orais anti-HIV - remédios cujo gosto geralmente deixa muito a desejar - e também os fabricantes de xaropes para crianças, pessoas idosas ou mesmo animais, estão entre os mais interessados. New York Times, August 26, 2003. (Tradução/Texto - MIA) |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco