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NOVIDADES
Como um mecanismo de defesa, usado para salvaguardar a espécie, para se proteger, muitas rãs tropicais concentram na pele compostos que provocam toda a sorte de desconforto - por vezes até a morte -, aos predadores que ousam tocá-las. Entretanto, a síntese de tais toxinas não é realizada pelas rãs, que se contentam em tirá-las de insetos que ingurgitam (devoram), em particular, formigas. Parentes próximos destas rãs - porém com maior poder de fogo e artifícios bem mais sutis e eficazes -, são as rãs do gênero Dendrobata , as quais possuem uma capacidade singular de se transformar em autênticas fábricas químicas. A descoberta, como tantas outras em ciência, foi feita, por acaso, por pesquisadores do Aquário Nacional de Baltimore, Maryland (EUA) que, liderados por John Cover e seus colegas, evidenciaram tal capacidade ao estudar o modo como os dendrobatas estocam alcalóides como decahidroquinolinas e pumiliotoxinas. Assim, descobriram os pesquisadores que esse tipo de rã realiza um trabalho que vai além daquele realizado por suas parentes: transforma as moléculas para torná-las ainda mais tóxicas. A análise da pele dos dendrobatas revelou que 80% das pumiliotoxinas digeridas sofriam modificações transformando-se em um produto bem mais perigoso, capaz de provocar a morte de cobaias, com apenas 1/5 da dose inicialmente requerida. Outras famílias de rãs foram também investigadas pelos cientistas, mas, ao que tudo indica, somente os dendrobatas possuem essa capacidade surpreendente. New York Times, September 09, 2003. (Tradução/Texto - MIA) |
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