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NOVIDADES
Pesquisa realizada pelos Laboratórios de Química e Função de Proteínas e Peptídeos (LQFPP) e de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) mostrou que a enzima L-aminoácido oxidase (LAO), encontrada no veneno da serpente Bothrops jararaca, induz a morte, pelo processo denominado apoptose, no Trypanosoma cruzi, parasita causador da Doença de Chagas. A pesquisa integra a tese de mestrado da professora Poliana Deolindo, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia, e teve a orientação do professor Elias Walter Alves. Segundo ele, os efeitos antiparasitários e antifúngicos do veneno da jararaca já haviam sido comprovados em pesquisas anteriores. Mas, diz Alves, pela primeira vez foi possível identificar qual o componente do veneno responsável pela morte, por meio da apoptose, das células do T. cruzi. O próximo passo é conseguir isolar a enzima. "Nosso objetivo, agora, é estudar o veneno, a LAO em particular, em outros sistemas biológicos, para ver como ela se comporta e se tem os mesmos efeitos", explica o professor. Mas ele reforça que ainda é cedo para se falar na cura da doença. Alves acredita que há muito mais chances de se descobrir, primeiro, uma técnica eficiente para o tratamento do sangue contaminado pelo parasita, evitando, assim, que a Doença de Chagas se alastre por meio da transfusão. "Muitas pessoas adquirem a doença na transfusão de sangue". O Trypanosoma é transmitido para o homem pelo inseto conhecido como barbeiro (Triatoma infestans). Os parasitas penetram no organismo humano através de ferimento, como a própria lesão gerada pela picada, e, daí, seguem para a corrente sangüínea. Se não for diagnosticada na fase aguda, quando ainda pode ser curada, a doença evolui para a fase crônica. Os parasitas instalam-se nos músculos humanos, especialmente no coração, provocando insuficiência e arritmia cardíaca e podendo levar o indivíduo à morte. A prevenção está ligada à melhoria das condições de habitação e saneamento, uma vez que o barbeiro costuma se abrigar nas frestas de paredes de barro ou madeira. Assessoria de Comunicação da UENF, outubro de 2003. |
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