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NOVIDADES

"Tinta eletrônica" é uma realidade. Ganha, agora, velocidade e muitas cores.

Quantas vezes lendo o jornal somos surpreendidos pela vontade de ver a cena à qual a notícia diz respeito: uma recente descoberta científica, um evento esportivo, uma recepção feita no exterior para um alto mandatário brasileiro, etc. Pois bem - isso poderá sair do mero plano do desejo, quando pudermos ver tudo em um vídeo em cores. Já imaginou?! Pesquisadores em papel eletrônico resolveram enfrentar esse desafio.

Mesmo que uma versão monocrômica, capaz de afixar imagens estáticas, esteja sempre em projeto, hoje, uma nova tecnologia se propõe a oferecer ao mesmo tempo o vídeo e a cor. Papel eletrônico e papel convencional são bastante parecidos, com a diferença que, naquele, as palavras e as imagens podem ser modificadas à vontade.

Até agora, a maioria dos pesquisadores havia conseguido protótipos demasiadamente lentos para o vídeo. Como proposto em Cambridge (Massachusetts, EUA), o projeto de papel eletrônico da E-Ink consiste na introdução de partículas monocrômicas no interior de milhares de minúsculas esferas cheias de líquido. Controladas eletricamente, tais cápsulas correspondem aos pixels de uma tela. Cada hemisfério da esfera é portador de uma carga oposta. As micropartículas migram em um ou outro sentido, quando submetidas a um campo elétrico, o que inverte as cores das duas faces do pixel.

Robert A. Hayes e B. Johan Feenstra, pesquisadores dos laboratórios de pesquisa Philips, em Eindhoven, na Holanda, descreveram um novo tipo de afixação sobre papel eletrônico, publicado na revista Nature, na edição de 25 de setembro.

Os pixels são recobertos por uma fina película de óleo colorido, o que lhes confere uma cor escura. Uma impulsão elétrica é necessária para que a coloração desapareça no fundo e que uma superfície de um branco brilhante apareça.Os pixels de um quarto de milímetro podem passar do preto ao branco em menos de 15 milissegundos - tempo de reação suficientemente grande para a afixação do vídeo.

Hayes e Feenstra - graças a uma estrutura de pixels mais complicada, que consiste de filtros e de múltiplas camadas de óleo -, conseguiram criar um papel eletrônico que pode gerar uma extensa gama de cores, de uma intensidade excepcional.

Essa tecnologia de afixação depende da repartição do líquido sobre as superfícies, este, portanto, não corre o risco de pingar ou escorrer. Forças de capilaridade, superiores às da gravidade, e outras forças mecânicas, encarregam-se de manter os fluidos no lugar.

Não obstante ao grande passo já dado, segundo o co-fundador da E-Inc, Joseph M. Jacobson, físico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que diz já ter testado essa tecnologia, o projeto Philips apresenta uma falha considerável: para manter a afixação de uma imagem, os pixels têm necessidade de uma fonte de energia contínua. Realmente, a eletricidade sendo cortada o óleo recobre novamente a superfície. O consumo de energia é, pois, importantíssimo, e as baterias correm o risco de se enfraquecerem rapidamente.

Hayes reconhece que a alimentação com energia coloca um problema, contudo, diz ele, é ainda mais complicado para as imagens estáticas, que duram alguns segundos. "Nós nos concentramos sobre as aplicações vídeo onde deveríamos de todo jeito resfriar a tela (rapidamente e muitas vezes)".

A E-Ink, segundo Jacobson, deverá entregar na próxima primavera seu novo papel eletrônico em cores, dotado de uma velocidade de resfriamento, suficiente para o vídeo.

Como se vê, está lançada a corrida sobre a afixação do vídeo sobre papel eletrônico.

Courrier Internacional, November, 2003. (Tradução/Texto - MIA)
http://www.courrierinternational.com (Consultado em novembro de 2003).

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