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NOVIDADES
O vinho - néctar dos deuses, tão decantado, bebido e mais do que apreciado pelos homens, pobres mortais - está agora na mira da ciência. Muitos dirão: por que mexer com algo tão saudável, que só proporciona prazer àqueles que o bebem? Simplesmente porque é preciso, responderão os pesquisadores do centro tecnológico de Inasmet, de San Sebastian (Espanha). Não estão, dirão eles, querendo assustar os amantes do precioso néctar, mas, sim, cuidar dos resíduos orgânicos gerados pelos pequenos produtores durante a produção do mesmo. Tratados devidamente, os resíduos poderão ser vertidos nos cursos de água, sem que se corra risco de asfixia biológica, ocasionada pela forte redução do nível de oxigênio na água. Conhecidos como efluentes, os resíduos são compostos não só pela borra dos vinhos, mas também pelos restos dos líquidos empregados na lavagem dos tonéis. Recebendo tais efluentes, os cursos d'água acabam por "assimilar", além do odor, a cor e o sabor dos vinhos. Tudo bem, dirão alguns, não muito atentos aos problemas gerados ao meio ambiente. Os pesquisadores argumentarão dizendo que a bebida pode ser maravilhosa, mas a natureza tem que ser preservada! O Inasmet está preocupado com os pequenos produtores, uma vez que os grandes - produzindo vinho em grande quantidade durante todo o ano, logo, muito efluente -, têm à sua disposição tecnologias caras para o tratamento dos resíduos. Tratam-se de tecnologias baseadas na utilização de bactérias e microorganismos que, alimentando-se dos líquidos residuais, os reduzem ao estado de substâncias inofensivas. A ação das bactérias sobre os dejetos requer grande quantidade do material, para que essas tecnologias surtam o efeito desejado. O que não é o caso das pequenas empresas, que produzem insuficientemente para alimentar esses microorganismos. A empresa espanhola desenvolveu essa solução em colaboração com outros centros de pesquisa, da França e da Grã-Bretanha, possibilitando o tratamento de quantidades relativamente grandes de efluentes. Não se trata, é certo, de uma depuração total dos resíduos, mas propicia uma redução importante do nível de carga orgânica, tornando os resíduos conformes com o permitido pela legislação, sem causar qualquer problema ambiental. A eletrólise catalítica está na base desse sistema que consiste em oxidar os resíduos por meio de sais de ferro e em aplicar uma corrente elétrica, graças à qual consegue-se coagular a matéria orgânica. Trata-se de uma tecnologia relativamente econômica, que obteve resultados positivos nos testes realizados na França e na Espanha (La Rioja e Navarra). Durante os testes, os resíduos foram tratados a uma velocidade de 300 litros por hora. Os efeitos negativos dos mesmos sobre o meio ambiente foram eliminados. Agência EFE, 01 de Julio, 2004. (Tradução/Texto - MIA)
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