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Sisal poderá ser usado para restaurar prédios históricos.

Um compósito formado por fibras de sisal impregnadas com resina epóxi poderá ser, em breve, a grande novidade na área de conservação de prédios históricos tombados. Pelo menos é o que pretende Ricardo Fernandes Carvalho, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorando da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, que está pesquisando o novo material e suas possíveis aplicações: "Esse compósito é muito resistente, ideal para reforçar estruturas de madeira", comenta o pesquisador. "E tem grandes vantagens em relação às fibras de vidro ou de carbono, também usadas para essa finalidade".

O novo material traz benefícios ambientais e econômicos. "A fibra de sisal é um componente orgânico", lembra Carvalho. "E o seu beneficiamento - assim como outras atividades vinculadas à produção de biomassa" -, contribui para o equilíbrio ambiental, uma vez que fixa gás carbônico presente na atmosfera". Além disso, o sisal custa nove vezes menos do que a fibra de vidro e 1.399 vezes menos do que a de carbono.

A difusão do uso do material à base de sisal também representa uma oportunidade de geração de empregos. "O Brasil produz a metade do sisal do mundo, e 90% dele sai da Bahia", comenta o pesquisador. "As áreas produtoras, em geral, são regiões de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Por isso, se conseguimos agregar valor ao produto, aumentando seu mercado potencial, temos grandes chances de criar mais postos de trabalho e melhorar as condições de vida da população".

O pesquisador ainda lembra que a atividade turística em sítios históricos está crescendo por todo o país, o que demanda uma conservação constante das construções. "A madeira é um material muito usado nessas estruturas, seja na Bahia, no Rio de Janeiro, no sul do Brasil ou no interior de São Paulo", diz Carvalho.

Agência USP de Notícias, agosto de 2004.


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