O conhecimento científico é realmente diferente e superior à feitiçaria e a outras práticas encantatórias? A resposta a essa questão tem sido procurada nos principais epistemólogos e filósofos da ciência, por Alan Chalmers, cujos trabalhos têm sido censurados por importarem numa crítica radical à razão científica.

Em A fabricação da ciência, ele procura refutar essas críticas por meio de uma reflexão profunda e sistemática sobre os principais aspectos da ciência. Diante da celeuma que os seus escritos provocaram entre os especialistas, o autor procura esclarecer sua posição.

Capa do livro A Fabricação da Ciência, editado pela Editora UNESP.

Usando exemplos históricos muito bem escolhidos, constrói uma convincente defesa da ciência, que procura fugir dos extremos: tanto da sua glorificação ideológica quanto da sua negação radical. Como se vê, trata-se de um livro de inspiração polêmica, mas que, afinal, acaba se concretizando em uma excelente exposição sobre os principais problemas científicos contemporâneos e sobre os principais caminhos que visam a sua solução.

Especial destaque merecem as ponderações do autor acerca dos verdadeiros limites da ciência e do significado de suas dimensões sociais e políticas. Também são destacados os seguintes temas: a crítica da pseudociência, a crítica do Método experimental, a questão da objetividade, Galileu e a defesa da experimentação, as limitações da teoria estatística, etc.

A fabricação da ciência oferece a especialistas, professores e estudantes um texto ágil e atual, que considera a ciência não como um corpus rígido e fechado sobre si mesmo, mas como um organismo vivo, que continuamente se autocorrige.

Nota do Managing Editor: Alan Chalmers nasceu em Bristol, Inglaterra, em 1939, e formou-se em Física, antes de dedicar-se aos estudos de Filosofia e de História. Publicou inúmeros artigos sobre problemas científicos e a obra com a qual granjeou reputação internacional: What is this thing called science? Australiano naturalizado, é hoje professor de História e Filosofia da Ciência na Universidade de Sydney. Esta obra foi traduzida por Beatriz Sidou e publicada pela Editora UNESP (www.editoraunesp.com.br).

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