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Colóquio do Instituto do Milênio de Materiais Complexos (IMMC) tratou da questão da Metrologia no Brasil e sua relação com a química, materiais e nanotecnologia.

"A medição nunca pode ser prescritiva, pois envolve uma interpretação". Com estas palavras explicativas, o diretor de metrologia científica e industrial do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), João Alziro Herz da Jornada, introduziu sexta-feira (29), no Instituto de Química (IQ) da Unicamp, alguns conceitos sobre a metrologia no contexto mundial, o novo projeto científico do Inmetro e suas implicações em química, materiais e nanotecnologia.



"A medição nunca pode ser prescritiva, pois envolve uma interpretação"


A abordagem integra os Colóquios do Instituto do Milênio de Materiais Complexos (IM2C), coordenado na Unicamp pelo professor do IQ, Oswaldo Luiz Alves, em sua 16a versão. O Instituto do Milênio congrega 11 líderes de pesquisa e envolve parceria com quatro universidades, dentre as quais a Unicamp, para discutir políticas industriais e os gargalos que impedem a expansão da ciência e tecnologia no País.

João Alziro definiu a metrologia como "ciência da medição" e ampliou-a dizendo que o conceito deve ter por base a qualidade, universalidade e confiança nas medições. Físico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), ele diz que o paradigma da medição para o Inmetro é o modelo original, ou seja, que une ciência básica, tecnologia, inovação e participação governamental.

O diretor de metrologia científica afirma que o Inmetro está desenvolvendo, desde 2000, um modelo de competência científica que pretende alavancar também o desenvolvimento industrial. Está entre seus planos, implantar um grande laboratório de química, que se prestará a fazer pesquisa básica aplicada à metrologia química e serviços, previsto para ser inaugurado daqui a três anos. Outra meta será incrementar um laboratório de materiais, já com área física, dotando-o com pessoal e equipamento altamente qualificados, com verba de R$ 62 milhões. "Um programa de bolsas do CNPq deverá fixar cerca de 200 pesquisadores no local, todos com nível Ph.D", descreve.

O Inmetro, define João Alziro, não é mais um reservatório de padrões. É, antes, um locus de conhecimento baseado em excelência em C&T e tem grande envolvimento na geração e difusão de conhecimento, grande articulação interna e instrumentos de política industrial. O órgão tem um papel fundamental no desenvolvimento da política industrial e está se adequando às barreiras técnicas, com regulamentação das normas das indústrias.

O projeto científico do Inmetro está registrado em vários documentos oficiais: Diretrizes Estratégicas para a Metrologia Brasileira, Roteiro para a Agenda do Desenvolvimento, Livro Verde e Documento de Política Industrial do Governo Brasileiro.

O Inmetro é uma autarquia ligada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Possui funções reguladoras, executoras, credenciadoras e outras. Na área científica, fornece padrões para calibrar instrumentos como balanças e taxímetros com exatidão, reprodutibilidade, comparabilidade, rastreabilidade e confiabilidade.Uma curiosidade: o Brasil assinou o Tratado do Metro em 1875.

Nota do Managing Editor: Este material foi primeiramente veiculado no Portal da Unicamp (www.unicamp.br). A reportagem é de Izabel Cardenal e a foto eletrônica de Neldo Cantanti. Não apenas este, mas toda a série dos Colóquios do Instituto do Milênio de Materiais Complexos pode ser assistida pela Internet. Para tanto, basta acessar o endereço www.cameraweb.unicamp.br (acervo) e ter o programa Real Player instalado.

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