Pesquisadores da Universidade do Texas, em Dallas (EUA), juntamente com um colega australiano do CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization), acabam de desenvolver um procedimento de fiação, adaptado das técnicas tradicionais de fiação da lã e do algodão, que permite fabricar fios formados de nanotubos de carbono multi-paredes.

A estrutura de partida é uma "floresta" de nanotubos, depositados via síntese, na superfície de um substrato como os pelos de uma escova bastante densa. A seguir, os nanotubos são puxados do substrato com um movimento de torção que os aglomera formando um fio. Esses fios, cujo diâmetro pode variar entre 2 e 5 mícrons, são particularmente sólidos, muito resistentes ao estiramento, e extremamente flexíveis, a ponto de ser possível fazer-se nós e anéis. Não são fragilizados pela presença de nós e, portando, pela tecedura, uma vez que a curvatura imposta pela presença de um nó de nanotubos de 10 nanômetros de diâmetro que constituem o fio, não introduz senão fracas restrições mecânicas. Ademais, os fios são quase insensíveis à temperatura, uma vez que suas propriedades mecânicas permanecem as mesmas, quer fossem eles aquecidos a 450 ^oC ou mergulhados em nitrogênio líquido. São, além disso, bons condutores de calor e de eletricidade, e suas propriedade não são afetadas quando as fibras são revestidas com um polímero, operação que reforça ainda mais sua solidez.

Esse avanço na exploração dos nanotubos de carbono abre portas a múltiplas aplicações, principalmente para a elaboração de têxteis com propriedades novas, que podem ser utilizados também para a realização de proteções à prova de bala, leves e eficazes, ou de roupas "inteligentes", que incorporam detectores e pontos de conexão, ou ainda para o transporte e armazenamento de energia, sem esquecer as perspectivas biomédicas (próteses, cateteres pouco invasivos, etc...).

Science, Consultado em janeiro de 2005, http://www.sciencemag.org.
(Tradução/Texto - MIA)

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