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NOVIDADES
Os pacientes que, literalmente, fogem de medo da agulha poderão, agora, ficar mais tranqüilos: a injeção parece viver seus últimos dias! Pelo menos essa é a notícia, dada por pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá), que acabam de descobrir um novo material cujas aplicações poderão vir a revolucionar os métodos tradicionais de administração de medicamentos. Trata-se de um material híbrido, oriundo da associação de duas classes de nanomateriais, os dendrímeros (de estrutura molecular nanoscópica bastante organizada), de um lado, e um material poroso, à base de silício, de outro lado, que foi desenvolvido no Departamento de Química da Universidade, pelo professor Geoffrey Ozin e seu aluno de pós-doutorado Kai Landskron. Os dendrímeros são dissolvidos em uma solução aquosa, reagindo com a água e o material à base de silício para formar uma nova classe de material, caracterizado por um depósito de PMD ("periodic microporous dendrisilicas"), que apresenta uma estrutura alveolar. Cada alvéolo mede 10 nanômetros de diâmetro, sendo a espessura das paredes alveolares de aproximadamente 1 nanômetro. Os pesquisadores vêm agora trabalhando na obtenção de um filme composto desse novo material. Em função da escala nanoscópica da estrutura alveolar, o filme, quando aplicado sobre a pele do paciente, constituirá uma espécie de "peneira" de moléculas. Assim, as moléculas do medicamento a ser administrado deslizarão nos tubos do material, sendo difundidas, de forma controlada, no corpo, através da pele. Trata-se de um procedimento que não só apresenta a vantagem de substituir a tradicional injeção, mas que também de permite controlar, com maior precisão, as doses administradas (fluxo contínuo através do filme e da pele, em lugar das concentrações elevadas, e por vezes tóxicas, quando do uso de seringas). O resultado final desse processo em escala molecular, segundo os pesquisadores, levará a uma melhor eficácia do tratamento prescrito. Ozim e Landskron estudam, agora, em maior detalhe, as propriedades do PMD. Além das aplicações médicas descritas, o material substituiria com vantagens o silício na miniaturização dos componentes eletrônicos. Mesmo que a exploração do PMD não esteja ainda na ordem do dia, essa descoberta abre perspectivas de aplicações interessantes e variadas. University of Toronto (http://www.utoronto.ca/). Consultado em dezembro 2004. (Tradução/Texto - MIA)
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