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NOVIDADES
Entre março e setembro de 1905, um jovem de 26 anos produziu cinco trabalhos considerados extraordinários, que mudariam a face da ciência moderna e o tornariam um dos mais importantes cientistas de todos os tempos. Nas palavras de Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do ministério brasileiro homônimo, "não é à toa que 1905 foi designado o ano miraculoso de Albert Einstein". Não é à toa também que 2005 foi declarado pela ONU o Ano Mundial da Física, em homenagem ao centenário dos cinco trabalhos. As comemorações no Brasil terão início hoje, com a abertura do XVI Simpósio Nacional de Ensino de Física, organizado pela Sociedade Brasileira de Física. Mas diversos outros eventos - palestras, exposições e lançamentos de livros - estão programados em vários pontos do país ao longo do ano para marcar a data. Em março de 1905, Einstein propôs o que mais tarde classificaria como a idéia mais revolucionária de sua vida: a luz apresenta estruturas granulares, ou fótons, como ficariam conhecidas. A idéia, que só 20 anos depois foi aceita pela comunidade científica, lançou os pilares da moderna física quântica. Foi a base para o surgimento do laser, quase 50 anos mais tarde. Entre abril e maio daquele mesmo miraculoso ano, o cientista apresentou dois trabalhos nos quais forneceu elementos essenciais para que a existência de átomos e moléculas fosse confirmada experimentalmente. Até então, a existência das partículas era apenas uma hipótese forte, não aceita por muita gente. Finalmente, entre junho e setembro de 1905, Einstein concluiu dois artigos em que levantou a possibilidade de se transformar energia em massa e vice-versa e apresentou aquela que se tornaria uma das mais famosas fórmulas da ciência: E = MC2. Poucos anos depois, os dois trabalhos dariam origem à Teoria da Relatividade, que destruiria o caráter absoluto atribuído, durante séculos, ao tempo e ao espaço. A partir dessas idéias foi possível desenvolver a energia nuclear. Einstein provoca uma mudança da nossa visão do mundo - sustenta Moreira -. A idéia, este ano, não é apenas celebrar um dos cientistas mais brilhantes dos últimos tempos, mas valorizar o impacto de suas idéias no mundo moderno. Especialistas querem renovar ensino da física. De acordo com os organizadores, o simpósio que começa hoje na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), abrindo as comemorações no Brasil, contará com cerca de dois mil participantes. Entre eles, o ganhador do prêmio Nobel de química de 1998, Walter Kohn, além de historiadores da física e especialistas na obra de Einstein. Entre outros temas, o encontro abordará a modernização do ensino da física. Enquanto no mundo um dos objetivos do ano é discutir o impacto das idéias de Einstein, no Brasil queremos promover uma reflexão sobre a renovação do ensino de física, em particular no ensino médio - diz Moreira. - É preciso abordar temas mais atuais, como laser e buracos negros. Os jovens lidam com aparelhos baseados em conceitos sofisticados e aprendem uma física do século XVII e XVIII. Acho que uma renovação é importante. Nota do Managing Editor: Esta matéria foi veiculada primeiramente em 21 de janeiro de 2005, pela Agência CT, do MCT. O texto é de autoria de Roberta Jansen. |
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