|
NOVIDADES
Se você foi ao dicionário (última edição, re-cen-tís-si-ma!) procurar o significado da palavra atometrônica, desista. Nós também não encontramos! A propósito: recorremos ainda a poderosos motores de busca da rede. Contudo, o que podemos adiantar é que se trata de uma técnica no-vís-si-ma, e o que ela se propõe fazer parece dificilmente realizável: definir guias de onda magnéticos sobre chips de silício, a fim de conduzir massas de átomos superfrios em cavidades onde suas funções de onda possam interferir umas com as outras. Que resultado, afinal, se espera disso? É nos circuitos que os átomos tratam a informação. Irrealizável, ou não, a técnica está prestes a ser aperfeiçoada por seis laboratórios de pesquisa no mundo, com o objetivo de construir um análogo atômico para dispositivos optoeletrônicos a laser. Os cientistas, animadíssimos, já se empenham na realização de experiências sobre esses chips, e cogitam até mesmo de versões comercializáveis, que poderão surgir em alguns anos. Os partidários da nova tecnologia prevêem que a mesma poderá não somente ser aplicável, mas que representará um progresso tão fundamental quanto aquele do laser. O interesse na fabricação de processadores dotados de um condensado de Bose-Einstein (BEC) sobre um único chip, que utiliza os átomos frios, no lugar de elétrons, para tratar as informações, reside nas vantagens únicas que os átomos trazem à ciência avançada da irradiação coerente. Os Condensados Bose-Einstein apresentam a propriedade que torna a luz laser tão útil: a coerência. Em um grupo de átomos próximo do zero absoluto, todos têm a mesma função de onda e, em conseqüência, todos representam uma grande superpartícula. O desenvolvimento está a ponto de criar alguns componentes de base, tais como os interferômetros. Entretanto, há pelo menos um pesquisador, Dana Anderson, da Universidade do Colorado (EUA), que avalia que a penetração do átomo por efeito túnel deverá, em breve, ser demonstrada. À semelhança do que acontece com a penetração do elétron por efeito túnel - propriedade-chave dos elétrons que faz funcionar os dispositivos semicondutores -, a penetração do átomo por efeito túnel poderá realizar o mesmo trabalho que os chips BEC, tornando possível, assim, a fabricação de análogos de transistores e de outros dispositivos. Caso a atometrônica venha a ser aplicada, a quais aplicações poderiam estar destinados os chips atômicos? É Dana Anderson quem responde: detecção de inércia, fenômenos ópticos não-lineares e o cálculo quântico. Com o tempo, Anderson acredita que a nova tecnologia deverá sair dos laboratórios de física para integrar a eletrônica padrão. Fazendo-se um pequeno exercício de futurologia, poder-se-á ver, daqui a poucos anos, um único superchip que, com sua própria fonte de átomos coerentes, deverá permitir a realização de versões atômicas de componentes convencionais, tais como um amplificador de microondas. EE Times, March 4, 2005 (Tradução/Texto - MIA). |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco