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NOVIDADES
As áreas de química e de produtos farmacêuticos são as que mais potencial têm hoje no Brasil para o desenvolvimento de nanotecnologias - produtos medidos em milionésimos de milímetro. Mas essas oportunidades poderão passar se determinados problemas não forem atendidos -como a baixa remuneração dos cientistas e a tradicional dificuldade de produtos vindos do meio universitário chegarem às empresas e ao mercado, entre outros. Essa análise foi feita pelo pesquisador Fernando Galembeck, do Instituto de Química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em simpósio durante a 57ª reunião anual da SBPC (Associação Brasileira para o Progresso da Ciência)."Fazer ciência bem no Brasil é algo que se faz há uns 30 anos. Transformar essa produtividade em riqueza e emprego, é uma história menos rica", disse. Ele lembra de uma feira recente do setor em São Paulo na qual já foram apresentados cerca de cem produtos nos estandes das universidades e institutos de pesquisa. Metade dos produtos era na área de plásticos e borrachas. "Já surgiram produtos sem gastar malas de dinheiro", disse o pesquisador da Unicamp, provocando risadas na platéia. Ele acredita que é fundamental que os empreendimentos sejam focalizados nas oportunidades em que o Brasil pode inovar. Por exemplo, um produto nanotecnológico na área de fármacos que pode até se valer de uma droga genérica já existente, usando um meio de enviá-la com precisão ao organismo com uma "nanocápsula". Ou mesmo uma coisa mais simples, uma nova técnica de moagem para criar nanopartículas da droga, que permitiriam uma redução de até 75% no total de princípio ativo. Apesar de ser uma área nova, a nanotecnologia já tem sido intensamente financiada nos países desenvolvidos. Os EUA gastarão este ano cerca de US$ 1 bilhão no financiamento de pesquisa na área, segundo Antonio Gomes Souza Filho, pesquisador da UFC (Universidade Federal do Ceará). Já no Brasil, diz Souza Filho, plano plurianual para o setor envolve gastos de R$ 77,7 milhões até 2007. Nota do Managing Editor: esta matéria é de autoria de Ricardo Bonalume Neto, enviado especial à Fortaleza, tendo sido veiculada primeiramente no jornal Folha de São Paulo, de 22 de julho de 2005, Folha Ciência, p. A19. Veja mais: |
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