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NOVIDADES
Técnica que poderá vir a permitir a médicos intervir diretamente em diferentes células do cérebro acaba de ser desenvolvida por um grupo de pesquisadores americano-japonês, encaminhando até os neurônios, via vasos sanguíneos, nanofios de platina 100 vezes mais finos que um fio de cabelo humano. Trata-se de uma técnica altamente promissora, que poderá abrir caminho a novos tratamentos para doenças neurológicas, entre elas o mal de Parkinson. Sem interferir com o escoamento normal do sangue ou as trocas gasosas, os nanofios terão trânsito livre pelos mais minúsculos vasos sanguíneos, podendo chegar a qualquer ponto do cérebro. Bastante conhecido é o procedimento médico que se serve das vias arteriais para encaminhar cateteres a determinados lugares do corpo, a fim de que se processem exames. A novidade da nova tecnologia é que os pesquisadores têm em vista utilizar um buquê de nanofios, para intervenção direta no cérebro. Cada nanofio será empregado para registrar a atividade elétrica de uma célula nervosa. As tecnologias correntes - tais como as varreduras de tomografia de emissão de pósitrons e a ressonância magnética -, permitem compreender melhor como os circuitos neuronais tratam, por exemplo, a informação ou as imagens. Contudo, o nível de análise permanece indefinido. Fornecendo informações na escala dos neurônios, os nanosensores poderão permitir um conhecimento bem mais preciso do funcionamento de cérebro humano. Segundo os pesquisadores, a primeira aplicação desses nanosensores seria para a melhor compreensão das interações entre neurônios, contudo, tal nanotecnologia, segundo eles, deverá permitir abrir domínios de estudo inteiramente novos, podendo, finalmente abrir caminho para novas terapias de doenças neurológicas e tumores do cérebro. Outra vantagem dessa nanotecnologia, com relação às técnicas atuais, é que ela é totalmente indolor e não-invasiva para o paciente. Todavia, para que cheguem ao desenvolvimento dessas novas ferramentas terapêuticas, os pesquisadores deverão conseguir conduzir, com extrema precisão, os buquês de nanofios no sistema vascular cerebral. Uma solução promissora consistiria, segundo eles, na substituição dos nanofios de platina por polímeros condutores, os quais poderiam ser guiados por campos elétricos, através do sistema circulatório do cérebro. Esses nanofios de polímeros são não somente biodegradáveis, têm, ainda, a vantagem de serem 20 a 30 vezes mais finos que aqueles de platina utilizados nas experiências atuais. RT Flash, 29 de julho de 2005 (Tradução - MIA). |
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