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Documento de identidade falsificado ? Por pouco tempo, dizem pesquisadores.

Tem-se tentado de tudo para coibir a falsificação de documentos. Para tanto, lançou-se mão de tecnologia hi-tech, que vai da leitura óptica de passaportes, passa pelo código de três números no verso de cartões de crédito, segue pelo uso de filigrana nos cheques, e por aí vai. Entretanto, parece ser tudo em vão! Sempre os "bem-intencionados" acabam dando um jeitinho, e, então, está instaurada a fraude.

Tentando colocar um basta nesse estado de coisas, pesquisadores do Imperial College, em Londres, e das universidades de Durham e de Sheffield (Reino Unido), liderados pela professora de nanotecnologia Russel Cowburn, do Imperial College, acabam de encontrar um método simples: identificar um documento pelas características do material com o qual o mesmo foi feito, seja ele papel, plástico, papelão, etc.

Os cientistas buscaram criar um tipo de identidade física, com base no princípio do DNA para os seres humanos, revelando, através do uso do laser, imperfeições microscópicas do material como rugosidade, nervuras, densidade da matéria, que provocam variações de intensidade do feixe de luz. Estas, gravadas e transcritas em números, conferem ao documento uma impressão única, porque intrínseca ao mesmo.

O que interessa primeiramente nesse processo é que é quase impossível a reprodução do resultado final, dadas as características de fabricação do papel ou do plástico utilizado.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature, de 28 de julho passado. No artigo, os pesquisadores informam não haver "nenhum procedimento de fabricação conhecido, que permita copiar as imperfeições de uma superfície no nível de precisão requerido".


Uma tecnologia que resiste aos tratamentos de choque.

Ocupando um segundo lugar nos interesses da equipe está a simplificação dos meios de autenticação e a proposta de uma solução mais barata do que aquelas até então utilizadas. O inusitado de todo esse processo é que não há mais necessidade de se lançar mão de outros recursos: inserção do que quer que seja no documento. Logo, não é necessário fazer uso de chips, hologramas, códigos de barra, filigranas, tintas especiais ou qualquer outro recurso tecnológico - o documento, ele mesmo, é seu próprio marcador.

A marca no documento (carteira de identidade, passaporte, cartão bancário, embalagem de produtos farmacêuticos, principalmente) é codificada quando de sua emissão, e depois estocada em uma base de dados (200 a 500 octetos (*) por marca, segundo os pesquisadores). Por ocasião do controle, o documento é "escaneado", sua marca novamente reconstruída, para ser, então, comparada às informações da base.

Se a técnica é confiável? Asseguram os pesquisadores que sim! Para testá-la, tomaram um pedaço de papel. Após o mesmo ter sido amassado, desamassado, mergulhado em água fria por cinco minutos, deixado secar naturalmente, ter sido submetido a aquecimento (1800C), durante meia hora, rabiscaram-no com um marcador preto, rasparam-no com uma esponja... e foi possível, em qualquer dessas circunstâncias, recuperar a impressão de origem do pedaço de papel.

Cowburn e seus colegas, com base nos resultados de seus trabalhos, fundaram a Ingenia Technology, em 2004. A empresa trabalha com sistemas de autenticação.

01net, 05 Juillet, 2005 (Tradução/Texto - MIA).


Nota do Managing Editor: (*) O byte de 8 bits é, por vezes, também chamado de octeto, nomeadamente no contexto de redes de telecomunicações e computadores (http://pt.wikipedia.org).

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