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NOVIDADES
Pesquisadores americanos e australianos acabam de realizar a proeza de fabricar folhas de nanotubos de carbono ultrafinas, ao ritmo de 7 metros por minuto, abrindo assim a via para numerosas aplicações industriais, em segmentos tão diversos como o eletrônico, o automobilístico, o energético, o têxtil e o médico. Descobertos em 1991, pelo japonês Sumio Lijima, os nanotubos de carbono são minúsculas estruturas filiformes artificiais, mil vezes mais compridas que largas, cujo diâmetro se avizinha do bilionésimo de metro (ou seja, um nanômetro, daí seu nome). Suas propriedades físicas extraordinárias imediatamente estimularam a curiosidade dos cientistas. Esses nanomateriais emblemáticos são, de fato, dez vezes mais leves que o aço, sendo cinco vezes mais resistentes que o mesmo. Possuindo uma elasticidade e flexibilidade à toda prova são, também, excelentes condutores elétricos e térmicos. No entanto, até o momento, sua utilização esteve limitada pela impossibilidade de se obter grandes quantidades a baixo custo. Hoje, esse obstáculo acaba de ser transposto, graças a um procedimento desenvolvido por oito pesquisadores do Nanotech Institute, da Universidade de Dallas (Texas, EUA) e da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), baseada na Austrália. A equipe, dirigida pelo físico Mei Zhang, do Nanotech Institute, partiu de estruturas "automontadas" por processos químicos, nas quais os nanotubos de carbono são rigorosamente alinhados, como árvores em uma floresta. Estendendo-os por meio de diversos dispositivos manuais e mecânicos, obtiveram, a seguir, num ritmo compreendido entre 1 e 7 metros por minuto, folhas de nanotubos de alguns centímetros de largura e algumas dezenas de nanômetros de espessura, absolutamente transparentes e com uma resistência extraordinária. Os pesquisadores mostraram que esses nanofilmes podem suportar, sem se deformar, gotículas de diferentes líquidos (água, suco de laranja, etc.), cuja massa é 50 000 vezes superior àquela da porção de folha sobre a qual elas repousam; ou seja: performances claramente superiores àquelas do aço. Essas longas fitas de nanotubos deverão vir a fazer parte de numerosas aplicações: telas leves de televisão; vidros de carro com aquecimento; músculos artificiais; diodos emissores de luz; baterias para celulares e equipamentos portáteis de ultraperformance. Para Ray Baughman, do Nanotech Institute, co-autor do estudo, "raramente a melhoria de um procedimento terá parecido tão simples que uma comercialização rápida já se afigure como possível, e raramente um avanço terá demonstrado, com tamanha rapidez, tantas aplicações futuras". Le Figaro (www.lefigaro.fr/sciences), consultado em 7 de setembro de 2005 (Tradução/Texto - MIA). Cientistas conseguem fabricar folhas transparentes de nanotubos de carbono. |
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