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NOVIDADES
O papel, tal qual o conhecemos hoje, tem seu uso tão disseminado no mundo moderno, que muitas vezes nem sequer se cogita de sua origem. Esta está bem distante, na Antigüidade. É isso mesmo! Os antigos não conheciam o papel. Para responder às suas necessidades de escrita - uns poucos -, escreviam em cascas de árvores, folhas de palmeiras, no chumbo, em pequenas tábuas cobertas de cera, etc., e, finalmente, no papiro (cyperus papyrus), planta herbácea, abundante no Egito (hoje quase desaparecida), que crescia/cresce às margens do rio Nilo. No Egito antigo o papiro (daí vem o nome papel) era empregado em cestaria, mas o forte mesmo era a preparação do que, abusivamente falando, poder-se-ia chamar de o "precursor" do papel. Eram feitas fitas de uma das camadas exteriores do caule da planta, estas eram coladas, cruzadas, sendo o "tecido" assim obtido polido com óleo de cedro. Os materiais e técnicas usados, de lá para cá, se diversificaram e evoluíram muitíssimo. As conseqüências dessa evolução podem ser observadas no decorrer da história, história que chegou (e chega) até nós, graças também à invenção do papel, como hoje é conhecido. Grandes áreas de reflorestamento (e isso não só no Brasil) são importantes para que empresas consigam madeira para produção de celulose ("substância branca, de aspecto fibroso, insolúvel em água e em dissolventes orgânicos, que constitui o tecido de sustentação e a membrana das células dos vegetais") para a fabricação do papel. Na Finlândia (é bom que se diga: país que mais recicla papel e papelão no mundo), a empresa Chempolis acaba de desenvolver uma tecnologia inovadora para fabricação de massa de papel, sem agredir o meio ambiente e sem necessidade de enormes plantações de árvores visando a celulose. Diferentes materiais - que não a madeira -, resíduos agrícolas: palha, ervas, canas, etc., são utilizados na fabricação da massa. Tratam-se de materiais, a exemplo da palha, usados a mais de 2000 anos, mas que até agora apresentam problemas em sua aplicação industrial, uma vez que a tecnologia alcalina (uso de bases), sobretudo os compostos à base de silício, não permitem que, após o processo, os produtos químicos e da água sejam recuperados. O alto custo de produção e as conseqüências para o meio ambiente acabam por colocar em xeque essa via. Contudo, em países asiáticos, principalmente na China, onde a madeira é escassa, a mesma segue sendo utilizada. A empresa Chempolis recentemente desenvolveu e testou, com sucesso, um procedimento à base de ácido fórmico e de água oxigenada, para o branqueamento, que tem se mostrado eficiente. A nova tecnologia faz uso de produtos químicos biodegradáveis, em ciclo fechado, não utilizando nem enxofre e nem cloro e pouca água. Esta, a seguir, pode ser reciclada. Tal procedimento apresenta inúmeras vantagens. Entre elas está o baixo custo de fabricação, para produção de um papel de alta qualidade. Dada sua flexibilidade, o procedimento pode ser utilizado com numerosos materiais, o que contribui para que se decuplique a capacidade de produção de papel. O consumo mundial, anual, de papel - e isso com tendência a aumentar -, é nada mais nada menos que 340 milhões de toneladas!, o que torna a nova tecnologia, mais que oportuna, bem-vinda, uma vez que a utilização de 2,5 bilhões de toneladas anuais de materiais recicláveis disponíveis, não derivados da madeira, poderá vir a produzir um bilhão de toneladas anuais de massa de papel. Uma empresa privada chinesa - que atualmente tem uma produção de 50 bilhões de toneladas de massa de papel à base de palha e trigo -, é o "palco" para que a Chempolis faça a primeira aplicação industrial do novo procedimento. High Technology Finland (http://www.hightechfinland.com/2005/), |
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