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NOVIDADES
A malária, doença que se caracteriza por febre intermitente e renitente, vem desafiando pesquisadores que trabalham buscando, através de incessantes pesquisas, encontrar um meio para erradicá-la e, assim, eliminar de uma vez as estatísticas que insistem em mostrar que, a cada ano, a doença faz 2,7 milhões de mortes, sobretudo em regiões tropicais da África, Ásia e América Latina. O cruel desse número alarmante é que a maior porcentagem - 75% -, das pessoas atingidas que vão a óbito são crianças africanas. A revista Nature Biotechnology acaba de publicar trabalho de pesquisadores britânicos que criaram uma nova arma - para muitos, inusitada -, contra esse verdadeiro flagelo: mosquitos geneticamente modificados com esperma fluorescente! Tratam-se de mosquitos machos, previamente esterilizados, que poderão ser espalhados aos milhões nas regiões de surto da doença, principalmente na África Subsaariana. O objetivo é que tais insetos copulem com fêmeas anófeles (insetos dípteros, de asas escamosas, transmissores da malária) locais. Ilustração do inseto transmissor da malária (anófeles). Tais fêmeas, que vivem aproximadamente duas semanas, durante toda sua "curta" existência (mas bastante longa para causar enormes danos) não copulam senão uma vez. A invasão desses imigrantes, na certa, pode fazê-las felizes. Contudo, mal sabem elas que, sendo eles estéreis, poderão fazer com que se reduza, ou mesmo se acabe, essa espécie de mosquito. É exatamente com isso que contam os pesquisadores do Imperial College, de Londres, que, agora, esbarram com uma dificuldade: diferenciar os anófeles machos de suas homólogas fêmeas. Nem se cogita enviar fêmeas do mosquito para a região atingida pela malária, uma vez que apenas elas são responsáveis pela transmissão da doença. A equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Andréa Crisanti, acabou por encontrar uma solução sui-generis para resolver o problema: modificaram um dos genes do mosquito, provocando o aparecimento de uma proteína verde fluorescente no esperma dos anófeles machos. Restava, então, organizar a triagem entre as larvas machos e fêmeas, via instrumento equipado com raio laser, capaz de marcar o verde fluorescente, o que foi imediatamente conseguido pelos pesquisadores, com um instrumento capaz de triar 180.000 larvas em 10 horas. Conforme os cientistas, será preciso pelo menos um mês para que a malária seja erradicada em apenas uma cidade, depois de serem soltas várias centenas de milhares de insetos estéreis, em diferentes vagas. Pode parecer um trabalho hercúleo, mas, ao que tudo indica, o esforço valerá a pena! Nature Biotechnology (www.nature.com/nbt/) (Tradução/Texto - MIA). Nota do Managing Editor: a ilustração não consta da matéria-fonte. A mesma foi obtida em www.google.com. |
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