|
NOVIDADES
Em trabalho publicado na revista Nature, pesquisadores franceses das Universidades Paris XI e Paris VII, do Laboratório de Física Estatística (CNRS/ENS), liderados por Yves Couder, afirmam que, em dadas condições, gotas de um líquido caminham na superfície. Trata-se, conforme os pesquisadores, de uma descoberta que poderá vir a ter aplicações industriais interessantes, entre elas, nas impressoras a jato de tinta. Observando gotas que saltam sobre uma superfície, constataram os cientistas que, quando duas se encontram, podem formar um sistema binário, uma girando ao redor da outra. Os pesquisadores explicam o fenômeno dizendo que, em determinadas freqüências de agitação, o mesmo ocorre porque a camada de ar presente entre a gota e a superfície, precisamente antes do contato, não tem tempo de ser eliminada. A gota, assim, salta, sem tocar a superfície. E as coisas não param por aí: a gota "saltitante", às vezes, se põe a ca - mi - nhar pela superfície! Cada vez que se aproxima do líquido, cria na superfície uma onda, que se manifesta como pequenas ondas concêntricas. À esquerda, "gota saltitante" no mesmo lugar (a), retículo de seis "gotas saltitantes" no mesmo lugar (b). À direita, a "gota andarilha", em instantes sucessivos (c, d, e). As imagens foram obtidas com óleo de silicone. © CNRS-Yves Couder. Em certas condições - particularmente de freqüência e de amplitude -, de movimento da superfície líquida, a gota torna a cair sobre o lado de uma pequena onda, depois, de uma outra, etc. Assim, de salto em salto, a gota se põe a "andar". É de se perguntar, nesse momento, o que ocorre quando duas "gotas andarilhas" se encontram. Respondem os cientistas que a trajetória das mesmas é desviada, seja como aquela de duas bolas de bilhar, partindo cada gota em uma nova direção, seja juntando-se e se pondo em rotação: a maior gira ao redor de uma menor. Isso, como se pode ver, constitui um novo exemplo de "estado localizado": fenômeno que se produz em um só lugar do sistema, assim como os vórtices (turbilhões no interior dos fluidos). A equipe - graças às "gotas saltitantes" -, logrou, pela primeira vez, estudar em um único sistema todos os modos de interação entre estados localizados. Outrossim, revelam os cientistas ter observado várias gotas que formam uma rede, duas gotas em órbita uma ao redor da outra e, ainda, gotas de comportamento errático. CNRS (http://www2.cnrs.fr), consultado em 25 de outubro de 2005 |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco