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NOVIDADES
Atualmente, a microeletrônica trabalha pesado para atender as necessidades da sociedade em termos de miniaturização e de aumento da capacidade de estocagem de informações. No futuro, apenas a nanotecnologia será capaz de dar conta do recado. Contudo, ela precisa "dominar" a matéria e suas propriedades físicas (magnéticas, elétricas, ópticas...) na escala do nanômetro. Nessa perspectiva, pesquisadores do CNRS e da Universidade Paris 7 (França), em colaboração com uma equipe da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça), acabam de demonstrar as possibilidades oferecidas por uma nova abordagem: a automontagem. Trabalhando no vácuo a uma dada temperatura (- 143 oC), os pesquisadores depositaram átomos de cobalto (que são condensados a partir de uma fase gasosa) sobre superfícies de ouro cristalinas. Os átomos dessas superfícies foram arranjados segundo uma ordem regular, os depósitos de algumas centenas de átomos assim obtidos formam, eles próprios, uma rede regular. Essa técnica de automontagem consiste, portanto, em deixar a natureza fabricar a nanoestruturas. Ela é também chamada de "bottom-up" (parte-se do "baixo", ou seja, da escala nanométrica, para que "mais acima" sejam obtidas propriedades interessantes em escala macroscópica). Como os átomos depositados são magnéticos, são obtidas redes de nanoestruturas que aumentam os limites da densidade de estocagem da informação, tal como existe nos discos rígidos. Atualmente, a informação é estocada em uma fina camada, constituída de pequenos grãos de uma liga à base de cobalto. Um bit ocupa 1.000 grãos. Com as redes de nanoestruturas magnéticas poder-se-á estocar um bit em um único grão. A uniformidade das propriedades magnéticas dos depósitos e as junções desprezadas entre depósitos vizinhos permitem considerar a escrita e a leitura de um bit por depósito. A densidade dos depósitos - 4.000 bilhões de bits por centímetro quadrado -, representará um fator de ganho 200, em relação às densidades de gravação dos melhores discos rígidos atualmente em demonstração (esse ganho leva em consideração o espaço entre os depósitos e o tamanho dos grãos). CNRS (//www.cnrs.fr/), consultado em 10 de novembro de 2005 (Tradução - MIA). |
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