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Construção do computador quântico fica mais próxima.

Se um dia for possível ter um palmtop com a capacidade de um supercomputador, um passo nessa direção foi dado agora por uma equipe de físicos brasileiros e alemães. Eles conseguiram pela primeira vez fazer medições diretas do "emaranhamento", uma propriedade das partículas elementares que ajudará na construção dos futuros computadores quânticos.

O "emaranhamento" é uma propriedade sutil das partículas quânticas, dizem os autores do estudo, realizado por três pesquisadores do Instituto de Física da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e dois do Instituto Max-Planck em Dresden, na Alemanha.




Feixes para emaranhamenro de fótons

Crédito: Universität Potsdam



"As partículas físicas se emaranham porque interagem em dados momentos", diz Luiz Davidovich, da UFRJ, especialista no estudo de partículas do mundo quântico como meio de codificação e transporte de informação e co-autor do estudo. A experiência mediu o emaranhamento de pares de fótons - partículas da luz -, gerados através da iluminação de um cristal com um feixe de laser.

No mundo clássico, quando duas partículas interagem e depois se afastam, suas propriedades (como posição e velocidade) sempre se mantêm definidas. Já nas partículas quanticamente emaranhadas só é possível definir propriedades conjuntas.

O experimento utilizou dois pares de fótons e checou duas medidas independentes: a polarização (direção do campo elétrico) e o momento (associado ao recuo sofrido por um átomo quando emite um fóton).

Os cientistas conseguiram que tanto as polarizações como os momentos dos dois fótons do par ficassem emaranhados, com a configuração dos momentos igual à das polarizações. "Assim, as duas cópias foram construídas sobre o mesmo par de fótons, e uma única medida, realizada sobre um dos fótons do par, foi suficiente para determinar o emaranhamento", dizem.

O emaranhamento é encarado como um recurso valioso no processamento e transmissão de informação; átomos e fótons emaranhados poderiam transmitir informação de forma mais rápida e eficiente do que chips eletrônicos.

Folha On Line (www1.folha.uol.com.br), consultado em 21 de Abril de 2006.


Nota do Scientific Editor: a presente matéria é de autoria do jornalista Ricardo Bonalume Neto da Folha de São Paulo, sendo disponibilizada no dia 20 de Abril de 2006. A ilustração apresentada não aparece na matéria original e foi obtida em www.google.com.


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