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NOVIDADES
A mandioca e a batata fazem parte daqueles tubérculos que, salvo engano, agradam a gregos e troianos: fritas, na forma de purês, sopas, bolos, pudins, etc., quase ninguém as resiste. Agora, um inusitado uso das mesmas para produção de plástico biodegradável! Tratam-se de duas descobertas recentes, feitas por pesquisadores japoneses e indonésios. A partir da Manihot suculenta, nossa conhecida mandioca, a segunda cultura da Indonésia, depois do arroz, fizeram tentativas frustradas para a obtenção de um material plástico: frustradas pelo fato da grande quantidade de água contida na mandioca e de sua tendência de apodrecer rapidamente. Os dois problemas puderam ser remediados, graças a uma parceria entre a Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tóquio (Japão) e a Agência Indonésia de Tecnologias Aplicadas. Faz parte do processo a moagem das raízes da mandioca e posterior incorporação da massa obtida em uma solução na qual uma enzima produz ácido lático. O ácido lático obtido é, então, recuperado e aquecido, a fim de produzir um plástico biodegradável. Mandioca (Manihot suculenta).
Batata (Solanum tuberosum).
Mas, como nem tudo é perfeito, o PHB revela dois pontos fracos: fragilidade e alto custo de produção, este, em virtude do fato de se ter que passar por uma síntese bacteriana. Os pesquisadores, portanto, extraíram os genes de uma bactéria produtora de PHB. Quando de uma experiência anterior, os cientistas já haviam extraído esses genes da Arabidopsis thaliana. Contudo, desta feita, conseguiram que a batata produzisse PHB. Shimanada informa que, no momento, encontram-se por volta de 10 microgramas de PHB por cada grama de batata. Estimam os pesquisadores que, caso venham a transpor o limiar das 150 microgramas por grama, a cultura de batatas geneticamente modificadas poderá vir a fazer concorrência à cultura bacteriana clássica. As vantagens do PHB vão além de sua possibilidade de utilização na indústria alimentícia. Em virtude de sua fragilidade e biodegradabilidade pode também ser utilizado como "Drug Delivery System" (DDS) e, mais ainda, servir como suporte para a reconstrução de tecidos. Nihon Keizai Shimbun, 08 May, 2006 (Tradução/Texto - MIA). |
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