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NOVIDADES
Na mitologia greco-romana, considerado o néctar dos deuses, o mel, doce e suave, é tido como um dos alimentos mais saudáveis e completos, de alto valor nutritivo, além de apresentar inúmeras propriedades medicinais. A verdade é que o mel não ficou restrito apenas ao gosto e ao uso dos deuses. O mel só foi substituído pelo açúcar de cana a partir do século XVII e, ao que tudo indica, tal substituição não desencorajou os paladares e nem mesmo a indústria farmacêutica que vem, cada vez mais, descobrindo novas propriedades do mesmo. O poder anti-séptico do mel de camélia (Camellia sinensis) da Nova Zelândia (Manuka, do latim: Leptospermum scoparium) vem sendo estudado por um grupo de pesquisadores alemães, da Universidade Técnica de Dresden, que descobriu que a maioria dos méis contém moléculas de água oxigenada. Tais moléculas, segundo eles, resultam da reação de degradação dos açúcares pela enzima gluco-oxidase. Camellia sinensis É a gluco-oxidase, entre outras, a enzima responsável pela propriedade antioxidante do mel. Essa molécula é uma velha conhecida da medicina, que faz uso dela para a desinfecção de feridas. Ocorre que o poder antibacteriano do mel da Nova Zelândia, o mel de camélias, conhecido como "Medi-Mel", embora não contendo nem água oxigenada nem gluco-oxidase é bastante alto. Tão poderoso é ele que as bactérias resistentes mesmo aos mais potentes antibióticos querem distância dele. Afinal, em que residiria a potência desse mel? Foi a pergunta feita pelos pesquisadores que descobriram no mesmo outra molécula que tem igualmente propriedades antiinflamatórias, o metilglioxal. Nos méis clássicos, a concentração do mesmo atinge de 1 a 5 mg por kg, enquanto no mel da Nova Zelândia chega de 300 a 700 mg por kg. O efeito antibacteriano radical é, então, conseqüência dessa alta concentração. Mas, como nem tudo é perfeito, tal concentração pode apresentar perigo para o ser humano! Os pesquisadores estão agora tentando rastrear o motivo subjacente a essa alta concentração, a fim de elucidá-lo. Na origem da produção dessa molécula, acreditam eles, poderiam estar os microorganismos que vivem nas abelhas, assim como no metabolismo das plantas ou ligados às condições climáticas e de estresse (calor, seca). Indo à Nova Zelândia, os pesquisadores poderão determinar se a concentração do metilglioxal no mel de Manuca é natural, ou resultado do produto de alguma síntese química acrescentada artificialmente ao mel. Press Release, Universidade de Dresden, June 16, 2006 (Tradução/Texto - MIA). |
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