|
NOVIDADES
Indiscutivelmente, estamos na era da nanotecnologia, no domínio incontestável do "muito pequeno", cuja estrela "maior", de primeira grandeza, é o nanotubo de carbono. Além dos inúmeros qualificativos atribuídos a esse cilindro de átomos de carbono: flexibilidade; condutibilidade elétrica ímpar; incomparável resistência mecânica, outro adjetivo parece sempre estar associado a ele - é preto. É preto, mas não só e necessariamente, é o que acabam de nos revelar pesquisadores do Nanoarchitectonics Research Center, do AIST (National Institute of Advanced Industrial Science and Technology), que desenvolveram um procedimento que permite fabricar nanotubos de carbono brancos multicamadas (NCBM). O grupo é subvencionado pela JST (Japan Science & Technology Corporation), do Japão. Em inglês, os novos nanotubos receberam o nome de "lipid nanotubes", os mesmos nanotubos NCBM, batizados como "white nanotubes". Tratam-se de compostos de moléculas anfifílicas, que se caracterizam pela presença de grupos químicos com afinidades totalmente opostas: um grupo polar solúvel na água, ligado a uma cadeia de carbono insolúvel na mesma. Forças intermoleculares fazem com que, colocadas na água, essas moléculas se juntem espontaneamente, formando tubos de carbono, enquanto no caso dos nanotubos tradicionais de carbono são ligações covalentes que atuam no processo de formação do nanotubo. Ilustração mostrando um empacotamento molecular típico de um nanotubo de carbono branco multicamadas (NCBM). Amphiphile = anfifílico; Hydrophilic = hidrofílico e Hydrophobic = hidrofóbico. Créditos: AIST (Japão)
Quanto às dimensões, os NCBM em questão apresentam um diâmetro inferior de 10 a 200 nanômetros (nm), um diâmetro exterior de 40 a 500 nm e um comprimento de algumas centenas de micrômetros. Com tais características, é de se perguntar a que vieram. Chegaram para ser utilizados em numerosas áreas, uma vez que podem transportar moléculas. Assim, serão úteis na estabilização de substâncias perigosas, para a entrega de moléculas terapêuticas em lugares-alvo do corpo, para utilização em perfumes que podem liberar sua fragrância lentamente, na dissolução de moléculas habitualmente solúveis em água, etc. A ferritina - molécula protéica que assegura o aprovisionamento de ferro ao organismo (no fígado, medula óssea, baço, etc.) - foi alvo de testes realizados pelos pesquisadores, os quais demonstraram ser possível transportar tais moléculas, de 12 nm de diâmetro, nos NCBM, cujo diâmetro interior está compreendido entre 30 e 60 nm. Press Release AIST, August 07, 2006 (Tradução/Texto - MIA). |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco