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Mudanças climáticas : o metano oceânico tem tudo a ver com isso !

Muito se tem falado - e se falará ainda por muito tempo -, sobre a mudança climática que vem sofrendo o mundo. Esse, com certeza, é um dos temas que mais vêm preocupando cientistas, autoridades e a população em geral.

A propósito, no Centro Europeu de Pesquisas e de Ensino de Geociências do Ambiente, pesquisadores franceses e americanos reunidos - para uma melhor compreensão da relação existente entre as perdas de metano na direção da atmosfera e das variações climáticas -, estudaram os alcatrões (hidrocarbonetos pesados) presentes nos sedimentos do Canal de Santa Bárbara (EUA).

Observaram que, realmente, o assoalho oceânico "aprisiona" hidrocarbonetos, embora não os estanque completamente. Nesse ambiente, as bolhas de petróleo e de gás acabam por escapar continuamente, subindo em direção à superfície.

Enquanto o conteúdo em gás passa para a atmosfera, a fração fluida é biologicamente degradada em alcatrões, sendo estes, hidrocarbonetos pesados, que se depositam no fundo do oceano.




Bolhas de metano sendo liberadas de uma cobertura de alcatrão do fundo do Canal de Santa Bárbara.

Créditos: David Valentine



As variações de concentração de alcatrão nos sedimentos cobrindo os 32.000 últimos anos foram objeto de estudo da equipe de pesquisadores. Puderam, então, observar, em dois diferentes períodos, um aumento dessas concentrações: por volta dos 15.000 anos e ao redor dos 11.000 anos. Tais períodos correspondem a episódios de "deglaciação" (degelo) no seio do Holoceno ("uma das épocas do período quaternário em que as geleiras se restringem às regiões polares e ocorre o desenvolvimento e a expansão da civilização humana").

Uma decomposição dos hidratos de metano, que são estáveis numa faixa de temperatura/pressão determinada, conforme os autores teria sido induzida por tais "deglaciações", tendo como efeito acentuar os fluxos de hidrocarbonetos no oceano e, portanto, o desprendimento de metano - um gás de efeito estufa importante -, na atmosfera.

O desprendimento de metano do oceano na atmosfera representa hoje 15% das fontes não- antropogênicas (que não têm origem no homem) de metano atmosférico.

Acontece que, se o metano observado no Canal de Santa Bárbara se verificar mais distribuído, ou seja, mais espalhado em escala planetária, então o oceano poderá ter sido uma fonte significativa de metano durante esses episódios de reaquecimento climático.

A principal fonte de metano quando dos períodos de aquecimento climático são consideradas, no momento, ligadas às zonas úmidas.

ScienceNow (http://sciencenow.sciencemag.org), consultado em 09 de outubro de 2006 (Tradução/Texto - MIA).


Nota do Managing Editor: o trabalho original referente a esta notícia, intitulado "Climatically driven emissions of hydrocarbons from marine sediments during deglaciation", de autoria de T. M. Hill e colaboradores, foi publicado na revista PNAS, volume 103 (37), p. 13570-13574, de 2006 (acesso restrito ao trabalho completo). O resumo pode ser obtido em www.pnas.org/cgi/content/abstract/0601304103v1.


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