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NOVIDADES
Como as combinações futuristas imaginadas por Frank Herbert em seu famoso romance Duna (e no filme de igual sucesso), os escaravelhos da Namíbia são dotados de um sistema de sobrevivência, maravilha da adaptação animal a um dos lugares mais secos do planeta: eles podem captar, com seu corpo, o vapor de água presente no ar e, assim, saciar sua sede. Escaravelho da Namíbia, também conhecido como Tok-Tokkie. Créditos: Omniplan
Para conseguir água, o escaravelho da Namíbia utiliza a parte rugosa de seu corpo, constituída alternativamente de zonas hidrófobas e hidrófilas. Pela manhã, o inseto se orienta na direção do nevoeiro. O vapor de água contido no ar se acumula na parte hidrófila sob forma de gotas. Estas são coletadas pelos canais hidrófobos inclinados e escorrem progressivamente na direção do orifício bucal do inseto. Esse mecanismo foi descoberto em 2001 por dois pesquisadores britânicos, Andrew Parker, zoólogo da Universidade de Oxford, e Chris Laurence. Na ocasião, esses cientistas tinham imaginado que seria possível coletar água utilizando as lonas de tendas cuja superfície reproduzia a estrutura mista do escaravelho. Foi partindo dessa idéia que seus colegas americanos prosseguiram com as pesquisas. Cohen e Rubner mergulharam várias vezes substratos de vidro ou de plástico em soluções de polímeros. Assim, acumularam camadas e conseguiram controlar a porosidade da superfície. Em seguida, acrescentaram nanopartículas de silício para aumentar a rugosidade que segura as gotículas de água. Finalmente, depositaram uma camada de uma substância similar ao Teflon, para tornar o material bastante hidrófobo. Não precisaram, senão, dissolver certas partes do revestimento para criar uma sucessão de zonas hidrófobas e hidrófilas: em ar úmido, as gotas são "presas" na camada porosa e recolhidas sobre a parte lisa. "Penso que se trata aqui de uma fábrica química do futuro", declara Cohen. "Existe numerosas aplicações que, certamente, nem imaginamos". Os militares pensam, por exemplo, em superfícies autodescontaminantes, capazes de canalizar e recuperar substâncias tóxicas presentes no ar. Le Monde, 11 novembre 2006 (Tradução - MIA). Nota do Managing Editor: a ilustração não faz parte do manuscrito original e foi obtida em www.google.com. |
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