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NOVIDADES
Eletrizar o ar e depois "soprá-lo" num corredor carregado na polaridade oposta: é o princípio do "vento iônico" (que se baseia na utilização de moléculas altamente carregadas eletricamente). Um protótipo acaba de demonstrar a remoção de calor de um chip eletrônico. Vindo como alternativa complementar ao ventilador clássico, ele parece multiplicar a eficiência 2,5 vezes. À longa saga dos sistemas de resfriamento dos componentes eletrônicos, uma equipe da Universidade de Purdue (Estados Unidos) acaba de acrescentar, com sucesso, um método inédito: provocar um vento violento em sua própria superfície. O protótipo de Timothy Fisher e Suresh Garimella não substitui o ventilador, mas o completa. A idéia inicial é que o ar soprado pelas aletas do ventilador não tem uma velocidade uniforme quando vem "lamber" os circuitos a serem resfriados. Ao contato da superfície, as moléculas de ar são ralentadas. É o mesmo fenômeno de frotamento que reduz a velocidade do vento no nível do solo ou ainda a corrente sobre o fundo do mar. Há um ano, os dois pesquisadores americanos estudam um meio engenhoso para acelerar o ar na superfície: ionizá-lo e depois soprá-lo eletricamente. Seu dispositivo experimental compreende linhas de anodos (eletrodos carregados positivamente) afastados 10 milímetros de uma série de catodos (negativos). Quando uma voltagem suficiente é aplicada entre os dois, elétrons atravessam a camada de ar que separa os eletrodos. No caminho, entram em colisão com as moléculas de ar, gerando íons positivos. Fortemente atraídos pelos catodos, esses íons deslocam-se em grande velocidade e formam um "mini vendaval": é o "vento iônico", segundo a expressão cunhada por seus inventores. Timothy Fisher (à direita) e Suresh Garimella em frente ao protótipo de seu resfriador. Créditos: Purdue News Service photo / David Umberger
Satisfeitos com o resultado e confiantes nas possibilidades de sua idéia, os dois cientistas buscam agora realizar um dispositivo suficientemente miniaturizado para ser instalado sobre um processador ou sobre uma memória de computador. Um dos problemas que têm que ser resolvidos é a forte tensão necessária (mais de 4 500 volts no protótipo atual) para ionizar a camada de ar, o que complica a concepção do resfriador e o torna provavelmente um "comilão" de eletricidade. Mas os inventores estão seguros: um sistema funcional e comercializável será realizado daqui a três anos! Futura Sciences, consultado em 19 de agosto, 2007 (Tradução - MIA). Assunto conexo: Metais líquidos abrem nova perspectiva na refrigeração de microcomputadores: o nanoresfriamento. |
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