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Solos da Terra correm perigo !

A degradação do solo seria "a crise silenciosa do mundo", segundo um dos experts internacionais reunidos recentemente na Islândia. Ela participa de forma acentuada da emanação de gases de feito estufa e complicará a tarefa de nutrir os nove bilhões de humanos que habitarão a terra em 2050.

"Dentro de cinqüenta anos será necessário produzir tanto alimento quanto durante os 10.000 últimos anos." Em sua mensagem preliminar, os organizadores do Fórum Internacional, que reuniu 150 experts mundiais, de 31 de agosto a 4 de setembro, em Selfoss, na Islândia, deram o tom. Idealizado para o centenário do Soil Conservation Service, criado em 1907, o Fórum abordou esta questão crucial.

A degradação dos solos e a desertificação que se observa em todo mundo logo se constituirão num sério problema a ser resolvido, mas que, até agora, é quase ignorado. Andrés Arnalds, diretor-adjunto do Soil Conservation Service, fala de uma "crise silenciosa". "As informações sobre a saúde dos solos no mundo não são exatas, afirma ele, mas sabemos que os solos e a vegetação estão degradados, em nível alarmante, em vários países. Alguns estimam que, a cada ano, desaparece uma superfície vegetal do tamanho da Islândia".

A atenção às superfícies cultiváveis sobrevém quando é preciso preparar o aumento da produção agrícola, indispensável em curto prazo para alimentar os três bilhões de habitantes suplementares esperados daqui a uns cinqüenta anos. "A degradação dos solos tem um efeito devastador sobre a produção de alimentos", insiste Olafur Ragnar Grimsson, responsável pelo Fórum.


Da proteção da terra à da Terra

Mas outras conseqüências já se fazem sentir, sobre os recursos hídricos e sobre o clima. "O solo e a cobertura vegetal retêm a água e a liberam progressivamente", explica Zafar Adeel, diretor do departamento encarregado da água, do meio ambiente e da saúde, da Universidade Internacional da ONU. "Onde a vegetação se reduz, a resistência dos ecossistemas às outras agressões se reduz também. "O efeito sobre o clima é igualmente conhecido. A degradação dos solos e a desertificação contribuiriam em torno de 30% para o aumento do gás de efeito estufa, reduzindo a captação pela vegetação.





Degradação do solo.

Créditos: Funverde



Em junho de 2007, um relatório da ONU, redigido por 200 experts internacionais, sob a direção de Hans van Ginkel, reitor da Universidade das Nações Unidas, já soava o alarme. Infelizmente, passado quase desapercebido, essa síntese indicava que dois bilhões de seres humanos, seja - um sobre três -, já sofriam de pelo menos uma das conseqüências da degradação dos solos. Zafar Adeel, um dos autores desse relatório, afirmava na ocasião que "os poderes políticos e os agentes públicos não avaliavam a gravidade da situação".

Todavia, as soluções existem. O relatório da ONU fez a lista, desde um freio ao desflorestamento até a ajuda aos países e às populações em zonas desérticas. A proteção do solo teria um impacto bastante eficaz sobre o bem-estar de um grande contingente de pessoas, sobre a produção agrícola e sobre a luta contra o efeito estufa.

Para fazer esta mensagem ouvida, os experts pensaram em se valer da reunião na Islândia e, principalmente, reclamar a instituição de um Ano Internacional da Proteção dos Solos.

FuturaScience, consultado em setembro, 2007 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: as ilustrações desta notícia não constam do texto original. Foram obtidas em www.google.com.


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