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NOVIDADES
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) desenvolveu cabos nanoscópicos que não apenas conduzem a eletricidade, mas geram sua própria corrente a partir da energia solar. Centenas de vezes menores que fios de cabelos (100 nanômetros), esses nanocabos fotossensíveis são formados de três diferentes tipos de silício. São constituídos de um núcleo circundado por duas camadas. Os elétrons são gerados pela luz sobre a parte exterior dos cabos e penetram no interior através de microporos. Com uma produção de 20 bilionésimos de watt, eles poderiam alimentar aparelhos em escala nanoscópica. A idéia de criar células fotovoltaicas em escala nanoscópica não é nova, explica o professor Lieber, mas até o momento se utilizavam componentes orgânicos, em combinação com nanoestruturas semicondutoras, que têm uma eficiência menor e se degradam ao contato de uma luz natural concentrada". Professor Charles M. Lieber, da Universidade de Harvard (EUA). Créditos: Harvard University
Os materiais desenvolvidos por Lieber e sua equipe de pesquisadores apresentam numerosas vantagens em relação aos nanocabos existentes: i) mais eficazes, eles convertem 3,4% da luz do sol em eletricidade, sendo capazes de suportar uma luz concentrada, sem degradação, ganhando assim por volta de 5% em eficiência e, ii) quanto a seu custo de concepção, é equivalente a aqueles de outras células fotovoltaicas nanoscópicas. Tal tecnologia poderá particularmente conhecer aplicações na luta contra o bioterrorismo: Lieber, de fato, desenvolveu sensores que permitem detectar um único vírus, ou outra partícula. Esses nanocabos podem, igualmente, detectar um neurônio individual, ou uma célula cancerosa. No momento, os nanocabos não são ainda tão eficientes para dar lugar a uma aplicação comercial, reconhece Lieber. As células solares têm uma eficiência de cerca de 20%, contra 3,4% para suas nanocélulas solares. "A verdadeira (questão) é saber se existe uma nova geometria que nos conduzirá a uma melhor tecnologia fotovoltaica, explica Lieber. Temos trabalhado, até o momento, com a geometria coaxial". Se elas podem atingir 10 a 15% de eficiência, seu custo de produção (elas são constituídas de materiais relativamente baratos e não têm necessidade de um ambiente especial) poderá permitir uma exploração em grande escala. "Não há razão física que nos impeça de produzi-los em maior quantidade. Sou muito otimista", conclui ele, "conseguiremos resolver o problema de sua eficiência". Enerzine, 18 de outubro, 2007 (Tradução - MIA). |
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