Um novo aplicativo, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Informáticas, da Universidade de Haïfa (Israel), é capaz de reconhecer se uma obra de arte é autêntica ou falsa.

A equipe de pesquisas especializada no reconhecimento de formas por computador, dirigida pelo professor Daniel Keren, conseguiu codificar e estocar na memória de um computador as técnicas artísticas de vários grandes mestres. Os traços essenciais de representações da natureza, flores, personagens, bem como sua disposição foram traduzidos em fórmulas matemáticas, dando ao computador um certo conhecimento do estilo de cada um dentre eles. O novo programa permite ao computador identificar o autor de uma obra desconhecida, comparando o modelo com outros trabalhos, mesmo que não os tenha jamais visto.


Os relógios moles

Segundo Keren, ele permite reconhecer o trabalho de um artista particular, tendo como base modelos, mesmo que estejam em cenas diferentes. "Desde que tenha aprendido a reconhecer os Relógios Moles, de Dalí, poderá identificar suas outras pinturas, mesmo que elas não tenham relógios", afirma Keren.

Relógios Moles, de Salvador Dali (1931).

Créditos: Museu de Arte Moderna de Nova York (EUA)

No que diz respeito ao nível de reconhecimento atingido pelo programa, Keren indica que os computadores não são dotados de visão senão há 30 anos, enquanto os homens se beneficiam de milhões de anos de evolução. É por isso, declara ele, que "os computadores experimentam sempre muita dificuldade para fazer coisas que são muito simples para as pessoas, como identificar um rosto, ou mesmo simplesmente dizer quantos rostos há em uma simples imagem". E acrescenta, "entretanto, os computadores se mostram excelentes na síntese de imagens em três dimensões, como a representação do circuito arterial no cérebro ou o traçado de ruas de uma cidade".

Fique claro: o programa, ainda em fase de desenvolvimento, não pode substituir um verdadeiro expert em arte. Mas, talvez, um dia, permitirá a um computador dizer a você se a tela de um pintor, adquirida por uma bagatela, foi ou não um bom negócio...

Futura-Science, 06 de novembro, 2007 (Tradução - MIA).


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