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NOVIDADES
Físicos da Espanha, do Japão e da República Tcheca desenvolveram um novo microscópio de força atômica (do inglês, AFM) capaz de proceder a um verdadeiro levantamento da identidade química de átomos diferentes dispostos sobre uma superfície. È um passo à frente em relação aos AFM atuais, que não podem senão detectar a posição dos átomos. O dispositivo determina a composição e as estruturas locais, utilizando um método preciso de padronização e pode mesmo ser utilizado para manipular espécies atômicas específicas, uma característica que poderá permitir que nanoestruturas sejam manipuladas "átomo a átomo". Inventado há 20 anos, o AFM é a melhor ferramenta que os cientistas possuem para examinar os átomos na superfície de isolantes e de condutores. Em seu modo "dinâmico" o mais preciso, uma minúscula sonda vibrante de diamante passa por cima de um material e grava as forças químicas pelo viés das variações das freqüências de ressonância. Essas forças variáveis permitem aos cientistas reproduzir um mapa em 3 dimensões da superfície. Mas, embora essa técnica seja a mesma para discernir diferentes átomos, ela não podia, até o presente, distinguir sua identidade química real, tornando difícil a determinação da estrutura atômica. Oscar Custance, da Universidade de Osaka (Japão), com seus colegas espanhóis e tchecos demonstraram que um AFM podia estabelecer a identidade química de um material se sua composição elementar já fosse conhecida. Essa informação fornece as concentrações relativas dos átomos sobre uma superfície, que podem então ser correlacionadas com o mapa topográfico normal do AFM para deduzir a posição de átomos de tal ou tal tipo. O desafio principal dessa abordagem, entretanto, é que as forças químicas atrativas responsáveis pelo mapa dependem fortemente da qualidade da extremidade da sonda (para ser simples: não é possível guardar uma "impressão digital" significativa de um tipo de átomo de uma medida a outra). A equipe de Custance superou esse obstáculo, inventando um método sensível de padronização: a primeira etapa consiste em efetuar medidas detalhadas das variações da força sobre a ponta em função da distância para diferentes átomos, e de armazenar numerosas curvas força-distância. Os pesquisadores fizeram a demonstração de sua técnica de "tomada de impressão digital", distinguindo os átomos de estanho (azul) e de chumbo (verde) depositados sobre um substrato de silício (vermelho). Créditos: Oscar Custance
Custance afirmou ainda que essa funcionalidade suplementar abre caminho a novas aplicações na área de semicondutores, permitindo aos engenheiros fabricar dispositivos eletrônicos, de maior performance, por dopagem seletiva dos transistores em escala nanométrica. Techno-Science, 01 mars 2007 (Tradução - MIA). Veja mais : Microscópio de força atômica para estudos em meios líquidos. Nanotubos já podem ser dobrados. Tecnologia é colocada "no ponto" por pesquisadores coreanos. |
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