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Um passo a mais na compreensão da regeneração dos tecidos.

A regeneração de membros do xenopo (espécie de anfíbio que vive em ambientes aquáticos na África do Sul) é objeto de pesquisa de Mickael Levin, pesquisador do Forsyth Center for Regenerative and Developmental Biology, de Boston (EUA). Suas descobertas recentes, publicadas no periódico Developmental Biology and Development, lançam luzes sobre as abordagens potenciais para simular a regeneração tissular em humanos.

À primeira vista, a regeneração parece estar reservada às espécies animais simples. Cite-se, como exemplo, as planárias, pequenos vermes chatos, de epiderme ciliada, com numerosas glândulas mucosas e com capacidade de regeneração surpreendente.

De fato, se uma parte de uma planária é separada do resto do corpo, ela recriará integralmente a parte faltante. As salamandras são capazes de regenerar seus membros, calda, mandíbulas, intestinos, e mesmo certas partes de seu coração ou olhos.

Mas, entre os mamíferos, também existem exemplos desse tipo. Os cervos são capazes de recriar ossos, pele, nervos e vasos sanguíneos de sua galhada, e isso numa taxa de um milímetro por dia.

O homem pode regenerar seu fígado, crianças de menos de 5 anos podem reformar suas impressões digitais. Certos estudos médicos relataram até a substituição de rins após vários anos...

O xenopo escolhido pelos pesquisadores americanos é um modelo quase ideal para o estudo de fenômenos de regeneração. Após o corte de sua cauda ele é capaz de reconstituí-la de modo totalmente funcional, ou seja, recriando seus sistemas vasculares, musculares e nervosos.





Exemplar de Xenopo.

Créditos: TECFA



Num primeiro estudo, os pesquisadores procuraram entender o papel que a morte celular programada (apoptose) teria sobre a regeneração. Suas descobertas mostraram a necessidade de um episódio apoptótico, antes da proliferação tissular massiva, necessária à criação de um membro. De fato, mesmo que uma inibição tardia da apoptose permaneça sem efeito sobre o membro em crescimento, sua perturbação durante as primeiras 24 horas confunde o processo de regeneração, provocando o desenvolvimento anormal de axônios neuronais.

O segundo artigo focaliza a questão de regeneração, de um ponto de vista eletro-fisiológico. Os pesquisadores descobriram, depois de vários decênios, que uma corrente elétrica é criada em nível dos sítios de regeneração. Uma corrente externa permite acelerar o processo. Baseando-se nestes conhecimentos, os pesquisadores colocaram em evidência o funcionamento de uma bomba de prótons indispensável. Levin especula que esta bomba tem o papel de controlar a iniciação da regeneração.

Aplicar tais descobertas ao homem parece impensável no estado atual das coisas. É necessário, para construir um órgão, uma rede complexa. Contudo, conhecer o ponto de partida potencial do processo não deixa de ser instigante. David Stocum, da "Indiana University for Regenerative Biology and Medecine", de Indianópolis (Estados Unidos), vai bem além quando sugere que é possível que um pulso apropriado de corrente seja o ponto de partida da regeneração tissular.

BE, consultado em 13 de março de 2007 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: a ilustração aqui apresentada não faz parte do texto original, tendo sido obtida em www.google.com.

Conheça os trabalhos originais:
D.S. Adams, A. Masi, and M. Levin, "H+ Pump-dependent changes in membrane voltage are an early mechanism necessary and sufficient to induce tail regeneration", Development, 134: 1323-1335 (2007) (PDF full text).

A-S.Tseng, D.S. Adams, D. Qiu and P. Koustubhan, "Apoptosis is required during early stages of tail regeneration in Xenopus laevis", Developmental Biology, 301: 62-69 (2007).


Veja mais:
Novo de novo ? É possível a re-ge-ne-ra-ção de órgãos humanos ?

Material retirado de pata de caranguejo permite a regeneração de nervos.


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