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NOVIDADES
Ninguém espere que a tecnologia à base de silício, tão em uso na indústria microeletrônica, seja algo que vá permanecer ad infinitum. Os avanços nessa área são tão surpreendentemente rápidos e, quando atingidos os limites do ínfimo com essa tecnologia, a microeletrônica deverá contar, e na certa contará, com outros recursos. Para garantir o futuro da microeletrônica, logo, da miniaturização de aparelhos, pesquisadores já partiram para a realização de transistores funcionais feitos a partir do grafeno, uma nova forma de carbono - descoberta, há dois anos, pelo físico Andre Geim -, com a espessura de apenas um átomo. Já, quando de sua descoberta, pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, entre eles Geim, logicamente, já tinham conseguido criar transistores em grafeno, mas, infelizmente, os aparelhos existentes naquele momento eram incapazes de interromper completamente a corrente. Agora, o novo desenvolvimento permite produzir transistores capazes de um dia virem a equipar computadores e outros aparelhos eletrônicos. Enquanto o silício e os demais materiais conhecidos tornam-se instáveis quando em tiras de algumas dezenas de nanômetros de largura, o grafeno permanece estável e conserva sua condutividade mesmo em tiras de apenas alguns nanômetros de largura. As empresas de semicondutores utilizam freqüentemente uma tecnologia de fabricação em silício de 45 nanômetros, o que deixa pouco espaço para uma miniaturização contínua nessa área. Futuramente, os circuitos eletrônicos poderão ser "talhados" a partir de uma única folha de grafeno, de dimensões nanoscópicas, composta de átomos de carbono, apenas. E, é bom lembrarmos sempre, que um nanômetro corresponde à milionésima parte do milímetro. Mas, como nem tudo são flores, a tecnologia desenvolvida na Universidade de Manchester está ainda longe de ser comercializada. Leonid Pomarenko, líder de pesquisa do grupo, diz que, "no momento, nenhuma tecnologia permite ainda recortar elementos individuais com precisão da ordem de apenas alguns nanômetros", e acrescenta: "por hora, devemos nos contentar em adequar nossas tiras a essa escala de largura". Não será possível, antes de 2025, falar de uma indústria de microprocessadores a base de grafeno, prediz André Geim, diretor do Centro de Mesoscopia e Nanotecnologia de Manchester. Pedaço de grafeno enrugado. Créditos: André Geim, Universidade de Manchester
As formas comuns do carbono são a grafite (onde os átomos são arranjados em "folhas" ligadas entre si por ligações fracas, o que explica suas propriedades lubrificantes) e o diamante (no qual os átomos formam uma estrutura cristalina regular e muito resistente). Os cientistas compararam o arranjo atômico do grafeno à tela de um galinheiro, mas apresentando uma leve ondulação em sua espessura, reforçando, assim, sua estrutura. O espectro de aplicações perspectivadas para o material é amplo. Para citar apenas duas: melhoria da definição de imagens produzidas para microscópios eletrônicos e a separação de gases por meio de peneiras moleculares. Canoe (www2.canoe.com), consultado em 03 de março, 2007 (Tradução/Texto - MIA). |
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